Aos 32 anos, Luísa Barton tornou-se na primeira moçambicana a conduzir o maior camião basculante fora de estrada em operação no mundo, que transporta 400 toneladas de carvão na mina de Moatize, explorada pela empresa brasileira Vale.
Há dois meses que Luísa, mãe de três filhos, começou a operar o Caterpillar 797F, uma máquina de mais de 600 toneladas de peso total, com 15 metros de comprimento e cerca de 16 metros de altura, que transporta minério extraído numa das maiores reservas de carvão do mundo, na província de Tete, no centro de Moçambique.
O 797F, desenvolvido especificamente para utilização e minas e projetos de construção de grande envergadura, "é o maior camião em África", garante Luísa aos jornalistas com quem conversa animada num dos campos da mina.
"Estou a operar (o camião) há dois meses, porque são recentes. Aqui fui a primeira a ser instruída e comecei a operar logo, mas há outras mulheres também a operar a máquina. Levei pouco tempo (para aprender) porque já operava um outro equipamento", uma viatura automóvel pesada de mineração de 200 toneladas de capacidade de carga, diz.
Luísa Barton diz com orgulho que opera "uma coisa que há homens que não têm coragem de enfrentar".
Na região de Moatize, a multinacional brasileira Vale está a produzir "carvão Térmico" destinado mà produção de energia elétrica e "carvão metalúrgico", destinado à indústria siderúrgica.
O trabalho de extração do carvão a céu aberto da Vale tem sido criticado por organizações ecológicas, que denunciam o impacto no meio ambiente.
O diretor de produção da Vale, Altiberto Brandão, garante à Lusa que os ambientalistas que os criticam "estão errados", porque a Vale cumpre regras ambientais e o que define se a mineração é feita a céu aberto ou subterrânea é o minério, a jazida, e isso resulta da característica da mina.
Na fase de plena exploração, a capacidade da mina vai atingir 26 milhões de toneladas de carvão bruto, que, depois de tratadas resultarão em 8,5 milhões de toneladas de carvão metalúrgico e 2,5 milhões de toneladas de carvão térmico.
MMT
Lusa – 22.09.2012