« Apesar de Chissano, em caso de vitória eleitoral da Frelimo, não pretender formar um governo de unidade nacional, como lhe foi sugerido pela comunidade internacional e aconselharia o bom senso nestas primeiras eleições multipartidárias em Moçambique, a sobrevivência do regime democrático parece estar garantido no periodo pós-eleitoral. Vale na circunstância não ter grande peso a facção do presidente cessante da Assembleia da Repùblica, Marcelino dos Santos, que considera que as eleições multipartidárias foram impostas pelo exterior e são contrárias aos valores culturais moçambicanos. Segundo aquele politico (...), para o povo moçambicano o processo normal é de um chefe suceder a um outro chefe por morte daquele e que as eleições são uma introdução de outros valores culturais.”
Extracto do editorial do jornal O Século de Joanesburgo, com a data de 24 de Outubro de 1994. Título : ”P’rá frente Moçambique”, assinado R. Varela Afonso (administrador da publicação).