A relação de Portugal com Moçambique "não é opcional, mas mandatória", apesar das dificuldades que o país atravessa, defendeu hoje Nuno Morais Sarmento, representante do PSD português no X Congresso da Frelimo.
"Não é apenas de cooperação que falamos, é de investimento, que é também, afinal, um investimento nos portugueses que estão e que mantêm relações com Moçambique", disse à agência Lusa Morais Sarmento, em Pemba, norte do país, onde se realiza o congresso.
A reunião da Frelimo é o primeiro passo num processo de seleção do candidato do partido no poder em Moçambique às eleições presidenciais de 2014, substituindo o atual Presidente, Armando Guebuza, numa mudança política que Morais Sarmento disse dever ser aproveitada para o reafirmar das relações bilaterais.
"É, por isso, muito importante que Portugal mantenha disponibilidade, não para interferir num processo exclusivamente moçambicano, mas para garantir que, independentemente das mudanças naturais e legítimas, de signo político, em Portugal, como em Moçambique, a cooperação não é afetada", defendeu o antigo ministro português.
Nuno Morais Sarmento contestou o cenário de escassas relações entre o PSD e a Frelimo, ao contrário do que sucede, por exemplo, com o MPLA, recordando o papel de Sá Carneiro no perdão da dívida a Moçambique e de Durão Barroso e de Passos Coelho na resolução do dossier Cahora Bassa, à qual associou, também, o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates.
"Embora falando-se menos (do que com a do MPLA), a relação do PSD com Moçambique e com a Frelimo é uma relação saudável e antiga e, por isso mesmo, merece já a confiança que, sabemos, é um valor fundamental para os moçambicanos", disse Morais Sarmento.
LAS.
Lusa -25.09.2012