A União Europeia vai reduzir de oito para três os setores de cooperação com Moçambique, decisão que terá impacto nas áreas importantes para o desenvolvimento do país, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Henrique Banze.
"Estamos a trabalhar para a seleção das três áreas principais, sendo que essas áreas vão ter implicações noutras", disse aos jornalistas Henrique Banze, sobre a redução de ajuda de Bruxelas a Moçambique.
Henrique Banze falava à margem das VII Jornadas Europeias de Desenvolvimento, na capital belga, Bruxelas, promovidas sob o lema "Crescimento inclusivo e sustentável para o desenvolvimento humano".
As Jornadas Europeias de Desenvolvimento são um fórum de alto nível que junta representantes governamentais e da sociedade civil, para refletir sobre questões prementes de cooperação internacional para o desenvolvimento.
Henrique Banze, que reconheceu a necessidade de um maior rigor no uso dos recursos disponibilizados pela União Europeia, disse que, no quadro da sua política de cooperação internacional, Bruxelas decidiu concentrar os seus recursos em apenas três áreas principais a serem definidas por Moçambique.
O diplomata moçambicano reconheceu que, "sem dúvida, será uma escolha muito difícil de fazer", pelo que "essa escolha vai ser feita com a União Europeia, mas também com os outros parceiros de cooperação".
O rigor também deverá ser extensivo à definição das prioridades e monitorização para que sejam alcançados os resultados estabelecidos pelo Governo moçambicano que, desde 2010, integra o grupo de países que embarcou num projeto-piloto para que o apoio ao Orçamento do Estado seja direcionado numa fórmula designada por Contrato dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas.
Segundo Henrique Banze, a ideia é que o apoio da União Europeia aos programas estabelecidos por Moçambique "tenha um impacto positivo, visível e tangível em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio".
Por outro lado, Moçambique e a União Europeia vão desenvolver um programa adicional no sentido de trabalhar para a segurança alimentar e nutricional.
MMT // VM.
Lusa – 16.10.2012