O capitão Pansau N'Tchama, que terá liderado há uma semana um ataque ao quartel de uma força de elite do exército guineense, foi capturado na ilha de Bolama e transportado hoje para Bissau, onde foi preso sem prestar declarações.
A agência Lusa testemunhou o momento em que um pequeno barco atracou no cais do porto de Bissau, onde Pansau N'Tchama, de 33 anos, estava sentado sob uma forte vigilância de seis militares fortemente armados.
O capitão vinha amarrado com uma corda ao pescoço e vestia uma camisa de farda militar e um calção e estava descalço.
Sem prestar quaisquer declarações, Pansau N'Tchama foi conduzido numa carrinha de caixa aberta, sempre com armas apontadas à cabeça, para o Estado-Maior General das Forças Armadas, onde foi presente ao chefe das Forças Armadas, António Indjai.
Após breves palavras de circunstância Pansau N'Tchamá foi conduzido para uma cela no Estado-Maior, também sem que ninguém prestasse declarações.
O portão do Estado-Maior das Forças Armadas, na fortaleza d'Amura, no centro de Bissau, foi literalmente invadido por manifestantes, na sua maioria jovens, que gritavam "vivas às Forças Armadas da Guiné-Bissau e abaixo aos que diziam que era tudo invenção".
Nos últimos dias a sociedade guineense esteve dividida entre os que apoiam a tese das autoridades civis e militares sobre a ocorrência do ataque ao quartel dos paracomandos e os que negavam essa hipótese, afirmando tratar-se de mais uma invenção de factos.
O governo e o Estado-Maior das Forças Armadas prometeram para domingo uma reação sobre a captura do capitão Pansau N'Tchamá.
MB // MSP
Lusa – 27.10.2012