Renamo apresenta generais expulsos das fileiras das FADM
Perto de 200 desmobilizados do antigo movimento guerrilheiro da Renamo juntaram-se, na manhã de ontem, na sua sede nacional para dar um testemunho de que estão vivos e protestam contra a discriminação dos seus colegas nas fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FDAM), no âmbito dos Acordos Gerais da Paz, assinados em 1992, em Roma, Itália.
O chefe do Departamento de Defesa da Renamo, Ossufo Momade, explicou que “quando assinamos o cessar-fogo, pretendíamos de facto reconhecer que o país estaria acima de quaisquer paixões políticas, e que a actividade política não teria lugar nos quartéis”, recordou Momade.
Segundo a Renamo, a política seria exercia pelos políticos nas suas sedes, e nunca em lugares onde se usam armas, porque a experiência de países que misturam armas com política é desastrosa. Ossufo Momade ao deplorar esta situação em Moçambique, apresentou major general Maquival e o brigadeiro Pascoal Miranda, ambos elementos da RENAMO, como testemunho dos militares corridos das FADM por motivos políticos.
Os desmobilizados da guerrilha da Renamo, ontem afluíram à sede nacional do seu
“O sacrifício consentido durante os 16 anos, de nenhuma maneira pode ser inferior ao que foi consentido durante os 10 anos. As mortes, a dor, o sofrimento, em todas as guerras são iguais”, comparou Ossufo Momade, questionando porquê é que hoje o Governo os discrimina por via de uma legislação, colocando combatentes da primeira e combatentes da segunda.
Para o chefe deo Departamento da Defesa da Renamo, não há uma mãe que serve seus filhos de forma diferenciada por terem nascido em momentos diferentes.
ESTADO DE SÍTIO CONTRA DHLAKAMA
O chefe do Departamento da Defesa da Renamo afirma que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, apesar de ter-se restabelecido em Gorongosa, antigo baluarte da sua guerrilha, não significa pretender o retorno à guerra porque não a quer, mas também não quer ser atacado. “Contudo, as movimentações que são feitas a partir do cruzamento de Inchope e outros locais, estão a ser acompanhadas atentamente pelas populações e nos informam a tempo e hora”, denuncia Momade.
A Renamo lamenta ainda o porquê de o Senhor Guebuza (Chefe de Estado), o seu partido e Governo optem por esta via no lugar de irem sentar negociar questões políticas, que criam melhores condições de vida dos moçambicanos. (A.Muianga)
DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 30.10.2012