Antigos desmobilizados da guerra civil moçambicana ameaçaram hoje receber, na quinta-feira o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, no Aeroporto Internacional de Nampula, Norte do país, com manifestações contra a alegada morosidade no pagamento das suas pensões.
Armando Guebuza estará na província de Nampula, na quinta-feira, para dirigir o lançamento oficial da campanha agrícola 2012-2013 e participar na cerimónia de graduação de cadetes da Academia Samora Machel.
Em declarações à Lusa em Nampula, Agostinho José Ribeiro, porta-voz dos auto-intitulados Combatentes da Soberania e da Democracia, que congrega ex-militares governamentais e da guerrilha da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), atual principal partido da oposição, afirmou que o grupo pretende manifestar-se à chegada do chefe de Estado para reivindicar o pagamento célere das pensões.
"Pretendemos também denunciar a exclusão social e falta de acesso ao emprego e de fundos para o desenvolvimento de projetos de rendimento", afirmou Agostinho José Ribeiro, cujo grupo é supostamente composto por cerca de 11 mil antigos combatentes da guerra civil de 1976-1992.
O porta-voz dos combatentes da guerra civil acusou as instituições do Estado de desrespeitarem a decisão do Governo de facilitar o acesso dos seus filhos ao ensino, com alegadas reprovações em massa nos exames de ingresso.
"Todos os filhos dos combatentes que concorreram aos institutos de ciências de saúde e de formação de professores em Nampula foram apurados nos exames escritos, mas reprovaram nas provas orais", disse Agostinho José Ribeiro.
Confrontado com a ameaça de protestos dos desmobilizados de guerra, o diretor Provincial dos Combatentes em Nampula, José Graminho, disse apenas ter mantido um encontro com o grupo, recusando entrar em pormenores sobre os resultados da reunião.
Lusa – 23.10.2012