A presidente
da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, expressou choque na
sua primeira semana no cargo com a revelação de que os doadores ocidentais é
que financiam quase todos os programas da organização.
“Nenhuma mente libertada pode pensar que a sua agenda de desenvolvimento está a
ser financiada por doadores,” disse ela a durante um banquete Business Unity
oferecido em sua honra este fim-de-semana em Joanesburgo, Africa do Sul.
“Mais de 97 por cento dos programas da UA são financiados por doadores.
Deveríamos ser mais auto-suficientes. Os nossos governos devem colocar mais
dinheiro na UA, ”disse.
Ela acrescentou que os doadores até pagam para os órgãos da UA desenvolverem a
agenda estratégica africana, uma tarefa fundamental daquilo que é conhecido
como o Século Africano. O crescente valor dos recursos minerais durante a
última década deu à África oportunidades sem precedentes para desenhar o seu
próprio futuro.
“Os nossos antepassados libertaram-nos da colonização. Mas agora é a nossa vez
de libertar as nossas mentes.”
A UA, cujo braço executivo, a Comissão Africana, Dlamini-Zuma lidera desde 15 de Outubro, foi fundada em 2002.
As contribuições obrigatórias para a organização têm sido ignoradas por muitos dos Estados membros. Os doadores é que contribuem, mesmo para as forças de manutenção da paz, e para programas de saúde e educação, e mesmo para os salários dos funcionários desta organização continental.
Mas para se desligarem do passado, os 54 Estados membros da UA terão que pagar as suas contribuições na totalidade e atempadamente. Mesmo assim, o orçamento dos programas da UA continuará a ser financiado pelos doadores, embora os números exactos constituam segredo, segundo a Fundação Heritage, dos Estados Unidos.
“A totalidade do apoio oferecido pelos Cidadãos Americanos não é conhecido, porque a organização não dispõe sequer dos mais elementares padrões de transparência,” lê-se num relatório publicado em Março último.
Dlamini-Zuma já começou a sentir o peso da sua nova tarefa, tendo passado a sua primeira semana em Bamako, Mali, por causa da pouca frequência de voos entre as capitais do continente.
BUSINESS DAY/bm/sg
AIM – 29.10.2012