Análise por Noé Nhantumbo
De Harare já se levantam vozes apelando à intervenção da SADC
- E os intelectuais moçambicanos começam a ouvir-se diferentemente…
Até é bom que haja e surjam vizinhos e membros da SADC se preocupando com o potencial de violência que pode deflagrar em Moçambique após o líder da Renamo ter retornado para as matas da Gorongosa.
Não se pode tratar de ânimo leve de um assunto como este. Se alguém está calado ou opta pelo silêncio talvez faça isso como acto deliberadamente estratégico. E nisso de estratégia há muito que se pode dizer. Alguns passos de governos vizinhos face a conflitos em outros países como se viu na RDC, envolveram exércitos da Namíbia, Angola, Zimbabwe. Mesmo depois de tanta intervenção externa a situação na RDC é tudo menos estável. Isso significa em termos práticos que uma estratégia baseada em alianças entre líderes políticos regionais, remanescentes da defunta guerra-fria não tem hipóteses de triunfar no novo contexto geostratégico internacional.
Em Moçambique, durante todo o período da guerra civil, viu-se tropas do Zimbabwe, Tanzânia, especialistas de Cuba, RDA, URSS assistindo o governo da Frelimo no seu confronto contra a Renamo. Mas os resultados de tanta concentração de meios e inteligência militares tiveram resultados em tudo pouco significativos na correlação de forças no país e na região em que se situa Moçambique.
Alguns dos pronunciamentos provenientes de Harare e presentes numa das últimas edições do “Herald” são prenúncio de uma opinião que pode consubstanciar contactos que já devem estar acontecendo entre facções do governo zimbabweano e o governo de Maputo. Ninguém está proibido de fazer conjecturas ou de fazer suposições. O passado recente da zona austral de África está intimamente ligado as alianças estabelecidas pelos antes movimentos de libertação, agora quase todos eles suportes de governos no poder.
Leia em http://www.canalmoz.co.mz/hoje/23874-efeito-dhlakama-gorongosa-ja-se-faz-sentir.html