TRANSPORTAVA DROGA E PODE SER CONDENADA À MORTE
Hortência Ferreira Novela não é o verdadeiro nome da cidadã moçambicana detida na Tailândia por tráfico de droga. Usava nome falso. Na verdade ela se chama Mônica Ferreira Novela. O nome que usava é da irmã mais velha.
Monica Ferreira Novela é residente no bairro de Mavalane, arredores da cidade capital. O Diário de Notícias (DN) esteve na manhã de ontem na casa paterna da detida à conversa com alguns familiares. O pai, antigo trabalhador nas minas sul-africanas, é reformado e está agora estabelecido em gaza, sua terra natal e, consequentemente, largou os filhos na cidade capital. A detida é a quarta filha do senhor Ferreira Novela.
Com o regresso do pai à sua terra natal, a família ficou devastada já que ninguém tinha um emprego formal. Tanto assim é que, na vizinhança, não falta quem acuse Mônica Novela de prostituta. A irmã mais velha, a verdadeira Hortência Novela, disse que andava desconfiada da conduta da irmã nos últimos tempos.
“Sei que ela usava o meu nome para vários fins e nunca a questionei. O que me preocupava esses últimos dias é que ela trazia à casa muito dinheiro e se relacionava com pessoas de conduta duvidosa que suponho que são estrangeiras”, disse Hortênsia Novela, com lágrimas à espreita.
Tanto assim foi, ainda de acordo com as declarações da irmã, que a ora detida possuía uma casa- construída de raiz- algures na cidade capital. Aliás, a própria Hortênsia Novela segredou que a irmã viajava com frequência e sempre para fora do País e, no regresso, “trazia sempre muito dinheiro”.
Os pais, esses ainda não têm informação concreta sobre o que aconteceu à filha. “Mandamos alguém para avisar, mas ainda não tivemos notícia deles”, sublinhou. Todavia, na vizinhança o assunto do dia é único: a detenção de Mônica Novela na Tailândia. Uns comentam por consternação e outros nem por isso.
Mônica Novela foi presa semana finda, no Aeroporto de Phuket, sul da Tailândia, com seis quilogramas de metanfetamina, num valor calculado em 528 mil euros. Refere-se que ela viajou de Moçambique, via Quénia, passando pelo Qatar e pela Malásia, e chegou a Phuket num voo de Kuala Lumpur na madrugada de sábado com a droga que estimula o sistema nervoso central.
Os seis quilogramas foram encontrados escondidos na bagagem da cidadã moçambicana, que já confessou ter sido contratada para entregar a droga a clientes na praia de Patong.
A posse de mais de 20 gramas de metanfetamina, droga classificada como de “categoria 1”, é “tráfico com intenção de comercialização” e tem como punição máxima a pena de morte, de acordo com a legislação tailandesa.
(Laurindos Macuácua)
DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 22.10.2012