Trata-se da conclusão de reabilitação do troço Beira/Dondo, ataque ou levantamento da via, substituição de carris e travessas e reforço do balastro entre Savane e Moatize, colocação e/ou aumento das linhas de cruzamento nas estações e apeadeiros de Póvoa, Dondo, Milha-8, Cundue e Murraça.
O projecto, orçado em 45 milhões de dólares norte-americanos e que decorre desde Maio passado até Dezembro próximo, está a cargo das construtoras portuguesas Mota-Engil e Edivisa (do Grupo Visabeira).
Depois da empreitada, segundo o director da Brigada de Reconstrução da Linha de Sena, Sancho Quipiço Júnior, espera-se que a capacidade activa da via passe entre as actuais dois ou três milhões de toneladas para 6,5 milhões.
Mesmo assim, a fonte precisou que estudos estão em curso para permitir que nos períodos subsequentes a linha de Sena tenha capacidade máxima anual de 20 milhões de toneladas e circulação de comboios até 84 vagões, não havendo agora necessidade da duplicação da via. Actualmente, a linha de Sena tem capacidade para suportar até 20,5 toneladas de eixo da via.
Falando há dias ao “Notícias” durante uma missão de inspecção da linha de Sena, Sancho Júnior indicou ainda que neste momento regista-se no terreno um movimento desusado de comboios até 12 unidades por dia nos sentidos ascendente e descendente, provocando mesmo o congestionamento do tráfego.
A iniciativa surge para evitar possíveis casos de embates traseiros entre comboios constatado que o raio de cruzamentos vai reduzir de 100 para 48 quilómetros. Em Maio passado, entretanto, a companhia Vale Moçambique perdeu duas locomotivas e alguns vagões carregados de carvão na zona de Semacueza numa situação descrita pelo inspector da via na Brigada de Reconstrução da Linha de Sena, José Mapoissa, como pior descarrilamento na história do transporte daquele minério no país.
Tudo isto acontece numa altura em que está quase a ser atingida a meta deste ano no escoamento de três milhões de toneladas do carvão mineral da Vale Moçambique e Rio Tinto. Transportado na base de um comboio-tipo com duas locomotivas e 44 vagões, a Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique factura 1100 dólares por vagão de 63 toneladas.