A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, acusou hoje o governo de Maputo de "concentrar meios militares, com mercenários, para atacar" a sua base na Gorongosa onde, desde há uma semana, permanece o seu líder, Afonso Dhlakama.
"Estão a concentrar blindados no Inchope", o cruzamento que divide o trânsito entre o centro e o sul de Moçambique, e a cerca de 200 quilómetros da vila da Gorongosa, em Sofala, disse à Lusa o general na reserva da Renamo Ossufo Momade.
Segundo aquele responsável pela defesa da Renamo, os blindados pertencem à Força de Intervenção Rápida (FIR), um corpo de elite da polícia moçambicana, que "conta com o apoio de mercenários do Zimbabué, transportados em camiões, e da África do Sul, estes chegados em três helicópteros à cidade da Beira".
"Querem atacar a base até ao fim do mês", acrescentou Momade.
A agência Lusa está a tentar uma reação oficial a estas acusações.
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, encontra-se desde a semana passada na sua antiga base da Gorongosa, onde reativou um corpo de segurança com um número significativo de homens e exige que o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, ali se desloque para negociarem a constituição de um Governo de Unidade Nacional.
Também há uma semana, o porta-voz da polícia na província de Sofala, Mateus Mavide, disse à Lusa que tinha sido enviado um contingente da FIR, da Beira para o distrito da Gorongosa.
"Destina-se a acalmar o ambiente e a não deixar criar ânimos entre a população", disse Mavide.
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Lusa – 26.10.2012