Moçambique e NEPAD em busca de 1841 milhões de euros
Cerca de 1841 milhões de euros estão a ser angariados pelo Governo moçambicano em colaboração com a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) para financiar obras de construção da barragem de Mphanda Nkuwa, projectada para ser erguida na província central de Tete até 2016.
O empreendimento deverá produzir cerca de 1500 megawatts de energia para consumo interno e para países da África Austral e ainda para redução dos impactos negativos resultantes de mudanças climáticas, segundo Lawrence Musaba, coordenador do sector de Infra-estruturas da NEPAD, falando, esta terça-feira, em Maputo, durante um encontro regional do Comité de Supervisão da forma como estão a ser implementados os projectos de construção e reabilitação de infra-estruturas nos países membros desta organização criada em Julho de 2001, em Lusaka, Zâmbia.
A promoção do projecto está a ser feita pela companhia Special Purpose Vehicle (SPV), contratada pelo Governo moçambicano para o efeito e estará ligada a outro projecto CESUL da linha de transporte de energia Tete/Maputo, avaliado em 1,8 bilião de dólares, que, por sua vez, estará conectado à Associação das Empresas Nacionais de Energia Eléctrica da África Austral (SAPP), responsável pela distribuição da energia por todos os países da região.
Taxa de crescimento
Os 12 países membros da SAPP abastecem em energia eléctrica cerca de 250 milhões de pessoas e têm uma taxa média anual de crescimento das suas necessidades estimada em cerca de 3%.
Estes países, nomeadamente, Angola, República Democrática do Congo, Tanzânia, Zâmbia, Malaui, Zimbabué, Namíbia, Moçambique, Botsuana, Suazilândia, África do Sul e Lesotho registaram, até Agosto de 2012, um défice em energia eléctrica de 4840 megawatts e a procura por este recurso em todo o presente ano será de 42.783 megawatts.
O encontro da NEPAD deverá terminar esta quarta-feira com a aprovação de um acordo sobre os próximos passos a serem dados no âmbito da construção e reabilitação de infra-estruturas de energia, água e transporte ferroviário ligando o Sul e o Norte da África Austral.
(F. Saveca)
CORREIO DA MANHÃ – 28.11.2012
NOTA:
Agora comparem com quanto Moçambique pagou por Cahora Bassa e linha de transporte da energia produzida. E digam se não foi “oferta”.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE