Os rebeldes do M23, que combatem tropas governamentais no leste da República Democrática do Congo (RDC), anunciaram segunda-feira que se vão retirar no próximo fim-de-semana da cidade de Goma, capital da província de Kivu norte que se encontra sob o seu controlo há mais de uma semana.
O Movimento de 23 de Março (M23) é composto por antigos rebeldes que, após terem sido integrados no exército congolês, nos termos dum acordo de paz de 2009, amotinaram-se e combatem, desde Maio último, o exército regular da RDC.
O General, Sultani Makenga, revelou que as suas forças deixarão aquela cidade estratégica congolesa nos próximos dias.
Makenga, líder do M23 e comandante regional das forças rebeldes, fez o anúncio depois de um acordo concluído nas últimas horas de segunda-feira no Uganda.
Os rebeldes fizeram uma série de exigências, incluindo a liberdade de movimentação para o líder oposição congolês, Etienne Tshisekedi, que se encontra sob prisão domiciliária desde as eleições do ano passado.
O M23, que controla a cidade de Goma há mais de uma semana, também exige a realização de negociações directas com o governo do Presidente congolês, Joseph Kabila, e dissolução da Comissão de Eleições.
O líder político deste movimento rebelde congolês, Jean-Marie Runiga, declarou que as suas forças só se retirarão de Goma se o governo aceitar as suas exigências, um pronunciamento que contradiz a afirmações feitas por Aronda Nyakairima, chefe do Estado Maior do exército do Uganda, asseverando que Makenga não condicionou a retirada dos rebeldes.
A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) condena a ofensiva do movimento rebelde M23 em curso na região Leste da República Democrática do Congo (RDC).
Por seu turno, a Organização das Nações Unidas (ONU) acusa os governos do Ruanda, Uganda e Burundi de apoiar os rebeldes do M23.
SUNDAY TIMES/JD/SG
AIM – 28.11.2012