Tripulantes das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) ameaçam entrar em greve a partir de domingo por considerarem "esgotados todos os meios de diálogo" para a resolução das suas reivindicações, medida que apanhou de "surpresa" a administração da firma.
Numa carta distribuída a vários órgãos de comunicação social em Maputo, o "Pessoal Navegante de Cabine", como se identificam no documento os tripulantes da LAM, diz que vai "paralisar a atividade até que a administração da empresa apresente uma contraproposta à proposta submetida pelos trabalhadores".
Na carta, o pessoal de cabine da companhia de bandeira moçambicana não especifica as reivindicações que quer ver satisfeitas pela administração da empresa, mas declara que as mesmas têm sido colocadas há cerca de cinco anos.
Informações obtidas pela Lusa em Maputo indicam discrepâncias salariais entre pilotos moçambicanos e estrangeiros ao serviço da LAM como uma das razões da ameaça de greve.
Em declarações aos jornalistas, à margem de um evento da empresa, a administradora-delegada da LAM, Marlene Manave, declarou-se "surpreendida" com a carta, referindo que "ainda não foram esgotados todos os meios de diálogo com os trabalhadores" da empresa.
"Há um diálogo que ainda não acabou e por isso estamos surpreendidos com essa decisão. Nós prestamos um serviço público que não pode ser paralisado como uma atividade qualquer, daí que esse serviço terá de ser prestado", afirmou Marlene Manave.
Também abordado pelos jornalistas no mesmo evento, o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, disse desconhecer a carta, apesar de na mesma os tripulantes apontarem o titular do pelouro como um dos destinatários.
PMA // HB
Lusa – 16.11.2012