Teodato Hunguana, um dos negociadores do AGP, afirma que as exigências da Renamo de revisitar o acordo geral de paz são cómicas e ridículas.
Depois do fracasso negocial entre o governo e a Renamo, a “perdiz” diz que está a preparar os “novos desafios para a defesa do povo moçambicano”, já que o governo desvalorizou as exigências reflectidas nos pontos chamados à negociação entre as partes.
Após o rompimento das negociações entre o Governo e a Renamo, o líder da “perdiz” convocou uma reunião de emergência para delinear estratégias para fazer valer as suas reivindicações marginalizadas pela sua contra-parte. a reunião em Sanjundjira é vista como mais uma pressão ao governo. A Renamo ameaça não participar nas eleições autárquicas que se avizinham e diz que pretende instaurar uma nova ordem política, que passa pela criação de um governo de transição.
Teodato Hunguana Negociador do AGP
O quadro agora deve ser a exigência da implementação da constituição que todos adoptamos e não a renegociação do AGP, porque isso é cómico e ridículo... parece que há intenção de restaurar e de recolocar no cenário de Roma, o cenário de Santo Egídio, isso parece-me absurdo passado vinte anos de paz. A história quando se repete desta maneira pode até ser cómica. Sério é aquilo que fizemos em Roma, estivemos a negociar o fim da guerra, a paz. Hoje, tentar repetir aquilo é cair no ridículo, não se reinventa a história. Se me disser que há problemas e que os mesmos devem ser objecto diálogo e de discussão entre os moçambicanos, dir-lhe-ei que sim. O quadro agora deve ser a exigência da implementação da constituição que todos nós adoptamos, caso hajam pontos que não estejam a ser implementados. Não podemos admitir que haja cedências por causa da ameaça da Renamo, porque isso abre sempre um precedente: sempre que o partido tiver dificuldades vai ameaçar com guerra.
O PAÍS – 27.12.2012