Estes dados foram tornados públicos pelo chefe dos serviços provinciais de Florestas e Fauna Bravia na direcção provincial de agricultura de Cabo Delgado, Raul Meço, num encontro que juntou na mesma sala operadores madeireiros e técnicos daquele sector para a divulgação de novas normas a vigorarem na campanha de 2013. No referido encontro, Meço defendeu a reposição da floresta, através da produção e plantio de mudas, bem assim a protecção de ecossistemas frágeis.
Num outro desenvolvimento, Raul Meço fez saber que Cabo Delgado tem cerca de 8,3 milhões de hectares de floresta, sendo 61.7 por cento coberta por floresta nativa dos quais 40 por cento representa floresta produtiva. Apoiando-se no inventário de floresta de 2007, aquele responsável precisou que a província prevê uma exploração do volume máximo de 120 mil metros cúbicos por ano.
A fonte defendeu que sem a reposição das espécies abatidas, a província poderá ressentir-se de escassez daquele recurso florestal. Acrescentou que Cabo Delgado possui uma estratégia de reflorescimento que, para além do sector da agricultura, envolve também diversos intervenientes tais como escolas, comunidades, privados e organizações não-governamentais e que neste momento estão a desencadear outras acções com vista a criação de parcerias para o efeito.
“Para a efectivação do programa de reflorestamento, a província conta actualmente com oito viveiros sendo três privados e cinco públicos. Para a campanha 2012/2013, a província planificou a produção de 500 mil mudas de espécies nativas, tais como chanfuta, jambirre e metonha, entre outras espécies consideradas exóticas”- referiu Meço.
Entretanto, os madeireiros presentes no encontro pediram ao sector da Agricultura para facilitar o trabalho de reflorestamento. Segundo Narciso Gabriel da associação provincial dos Exploradores Madeireiros, o Governo deve criar uma entidade vocacionada à criação de viveiros para facilitar a reposição das árvores cortadas para fins comerciais onde eles possam adquirir as plantas. A ideia foi acolhida pelo governador de Cabo Delgado, Eliseu Machava, presente na referida reunião.
No ano prestes a findar, segundo dados em nosso poder, foram autorizados pelos serviços provinciais de Floresta e Fauna Bravia para o abate de 59 metros cúbicos, um volume abaixo da quota admissível na província de Cabo Delgado fixada em 84.100. Do volume autorizado, apenas foram cortados 38 metros cúbicos em razão de desistência de alguns operadores. Como resultado do licenciamento, o Estado encaixou pouco mais de 19 milhões de meticais.
No total, a província de Cabo Delgado conta com 133 exploradores, dos quais 22 concessionários e 111 de licenças simples que trabalharam neste ano.
- Zé Campos