A fonte explicou que a adopção desta estratégia resulta do facto de o combate à erosão marítima naquele cidade, através da construção de pequenos e grandes muros ao longo da sua costa, não ser aparentemente suficiente, pois que as ondas do mar que fustigam todos os dias esses muros têm reduzido a sua capacidade de protecção, até porque alguns se encontram parcialmente destruídos.
A nossa Reportagem constatou de perto que, por exemplo, algumas partes do longo e grande muro de protecção contra a erosão, construído na costa leste daquela cidade, já desmoronaram devido à fúria das águas do mar, requerendo um trabalho urgente de reposição.
“Em função disso, pensamos que o plantio de mangal, que será um vasto programa, e que envolverá o Governo do distrito da Ilha de Moçambique, conselho municipal local, além das próprias comunidades mobilizadas e consciencializadas pelos respectivos líderes com quem estamos a trabalhar neste momento, vai resultar, em termos de combate a este grande mal ambiental não só na parte insular, como também no continente, onde também ocorre este fenómeno”, anotou o administrador Saul.
Num outro desenvolvimento, o nosso entrevistado disse acreditar no sucesso da implementação do programa, pelo facto de o mesmo estar a ser bem acolhido no seio de todos residentes, que estão agora cientes de que o combate à erosão na ilha não surtirá efeitos desejados sem a sua contribuição, até porque naquela zona os líderes comunitários já foram recomendados a criarem florestas de mangais.
O administrador do distrito da Ilha de Moçambique acrescentou que, para o efeito, vai ser reactivado o projecto de plantio e multiplicação de mangais, que depois de ter sido lançado há sensivelmente três anos, na zona do posto administrativo de Lumbo, na parte continental, ficou paralisado por aparente incapacidade dos seus criadores e executores.
Por seu turno, as autoridades municipais dizem estar satisfeitas por terem conseguido controlar definitivamente as escavações nas praias, uma prática que durante muitos anos também contribuiu para a aceleração da degradação ambiental da ilha.
As escavações eram feitas na procura de supostos objectos raros, particularmente de navios naufragados no decorrer das viagens europeias de descoberta do caminho marítimo para a Índia, na cidade da Ilha de Moçambique, como artigos de adorno (missangas), porcelanas, ouro, incluindo o ferro velho, para venda no mercado da sucata. Tal controlo foi conseguido graças a um trabalho de fiscalização cerrada desencadeada pela nova polícia camarária.
As escavações não só afectavam as praias, como também os cemitérios, onde os “garimpeiros” presumiam que junto dos corpos aí sepultados (entre os séculos XVI e XVII), havia objectos de valor ímpar, como são os casos de colares, anéis e outros.