AS REGIÕES DO CENTRO E NORTE SÃO TIDAS COMO AS QUE CENÁRIOS MAIS GRITANTES REGISTAM
Cerca de 3180 quilómetros de estradas acabam de ser identificadas como as mais “problemáticas” do país no escoamento da produção agrícola dos centros de produção para mercados de comercialização.
A maior parte das rodovias situa-se nas zonas Centro e Norte de Moçambique, segundo Gabriel Muianga, director nacional do Comércio, apontando o elevado nível de degradação das mesmas e a falta da sua regular manutenção como causas daquela situação.
Particularmente, a precaridade das estradas dificulta o escoamento de algodão, tabaco e gergelim, de acordo ainda com aquele responsável, acrescentando que “os produtos acabam apodrecendo nos armazéns dos produtores por não serem consumíveis”.
São poucos os comerciantes que conseguem deslocar-se às comunidades onde estão os produtos para os adquirir, “o que não recompensa os gastos e esforços dos camponeses feitos na sua produção porque acabam sendo vendidos a preços módicos e não compensadores, em relação aos que chegam a ser comercializados”, acrescentou Muianga, frisando que os produtores são obrigados a aceitar tais valores para “evitar que os seus produtos se estraguem”.
Bolsas de mercadorias
Por outro lado, Muianga acrescentou que Moçambique continua a ser um dos poucos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que não dispõe de Bolsa de Mercadorias para prover serviços de promoção do comércio, para além de manter a ordem, eficiência, transparência e integridade nos mercados agrícolas.
A ausência daquele centro de negócios faz com que o actual sistema de comercialização agrícola do país apresente “fragilidades com especial referência para os altos custos de transacção, desorganização, falta de padrões de qualidade e quantidade e ainda pouca informação sobre os mercados”, indicou noutro passo o director nacional do Comércio.
(J. Ubisse)
CORREIO DA MANHÃ – 20.12.2012