O número de denúncias em relação à violação de menores continua a subir de forma alarmante no país, e coloca-se como uma das causas a deslocação de crianças das localidades para vilas à procura de escolas secundárias do primeiro e segundo ciclos, estando sujeitas a viver nas cabanas sem nenhuma protecção.
De Janeiro até Dezembro do ano em curso, a violação sexual, abandono de infante e maus-tratos atingiram mais de 835 casos, sendo a província da Zambézia com maior número, com cerca de 582 casos relacionados com maus-tratos de menores.
Falando recentemente na Rede de Comunicadores Amigos da Criança, RECAC, o chefe de repartição de atendimento da PRM, Delfino Raimundo, disse que é preciso alertar sempre aos encarregados das crianças sobre a situação alarmante da sedução sexual pelos adultos. Raimundo referiu que alguns empresários aproveitam dessa falta de escolas secundárias no local e enganam encarregados dos menores, alegadamente terem outras maneiras de ensinar, mas que no fim são exploradas como trabalhadoras de sexo ou sequestro para outros fins. “É necessário informar aos pais para não caírem no engano, pensando que sempre que aparece alguém a se oferecer na formação de crianças pode ser oportunidade para as traficar e obrigá-las a praticar o trabalho de sexo”, disse.