Por: Noé Nhantumbo
Respeitamos nossos dirigentes, nossos governantes mas jamais aceitaremos que sejam “deuses”. Não escondam a porcaria “proclamando santo” quem até pecador é. Moçambique não precisa de “heróis inventados” por uma agenda política de manutenção no poder.
O culto de personalidade tão característico de regimes políticos fundados em tudo menos Democracia é um fenómeno preocupante. Em Moçambique algumas correntes entendem de que perseguir tal forma de actuação constitui garantia de conquista de espaço político.
Alguns quadrantes ou estrategas políticos consideram que a manutenção do poder deve socorrer-se às práticas declaradamente corrosivas dos preceitos democráticos.
As palhaçadas que infelizmente nos tem dado a ver e a ouvir em diversos fóruns é preocupante e sinal de que existe uma ofensiva planificada nos centros do poder visando dar luz e exposição cimeira a quem está no poder e aos potenciais herdeiros deste mesmo poder.
Com uma maioria dos cidadãos carentes de informação, politicamente analfabetos e longamente influenciados por políticas monocromáticas, vemos Moçambique, sua comunicação social pública rendendo-se aos efeitos de uma política oficial de “culto de personalidade”.
É constrangedor ocupar espaço importante nos canais de informação nacional “martelando teclas” elogiando líderes e “besuntando” os mesmos como se de pequenos deuses se tratasse.
Não se conhece democracia normal em que se destaque sem fundamento figuras e personalidades partidárias e governamentais a coberto de realizações que nem lhes pertencem.
Corta-fitas e inauguradores de obras púbicas, palestrantes “gloriosos”, escribas mercenários e bajuladores profissionais combinam-se e revezam-se para tentar convencer os moçambicanos de que seus apoiados são o melhor que o país tem e que sua permanência no poder é um imperativo.
A avalanche informativa actual que a RM e a TVM, auxiliados por algumas entidades privadas da comunicação social, endeusando a figura de Armando Emílio Guebuza (AEG), tem muito que se lhe diga. Não se compreende nem é aceitável que um país seja sujeito a bombardeamentos mediáticos visando promover a imagem de políticos medíocres.
Os editores de importantes órgãos de comunicação social parecem perdidos sem sensatez, vergonha, senso comum, sentido ético e deontologia. Compreende-se a penúria em que vivem muitos moçambicanos mas nenhuma fome ou qualquer necessidade devem ser motivo de exaltação de figuras humanas.
Recent Comments