O Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, reunido ontem, em sessão extraordinária, decidiu activar o alerta vermelho institucional na zona sul e centro do país devido à degradação da situação das cheias nas principais bacias hidrográficas.
“As 55 mil pessoas identificadas nas áreas de maior risco devem ser evacuadas o mais rápido possível”, disse a propósito Rita Almeida, porta-voz do Conselho Técnico de Gestão das Calamidades.
Foram identificadas como áreas de maior risco, no distrito do Chókwè, os bairros 1, 2, 3 (A e B), 4, 5, 6 e 7 e ainda ontem foram despachados para lá 10 barcos e elementos da Unidade de Protecção Civil (UNAPROC) prontos para intervirem em caso de necessidade de evacuação compulsiva de pessoas destes locais.
O mapeamento das áreas de risco feito por ocasião desta vaga de cheias no Limpopo, abrange também as aldeias de Chihaquelane, Chiguidela, Chalucuane, Chinangue, Conhane, Marrambandjane, Malhazene, Mapapa, Muianga, Muzumuia, Sangene e Zuza, que serão afectadas em caso de as águas atingirem os níveis de 6 a 8 metros. Espera-se que entre hoje e amanhã o nível no Chókwè atinja entre 6,5 e 8 metros depois de ter ultrapassado o alerta de cinco metros na passada segunda-feira entre as sete e 12.00 horas.
Outras áreas a jusante, nomeadamente Guijá, Chibuto e Xai-Xai, também poderão ser afectadas por inundações. No caso do Chókwè, a preocupação prende-se, sobretudo. com o facto do dique de defesa apresentar fragilidades após sucessivos danos sofridos após as cheias de 2000.
Rita Almeida disse, com efeito, após a reunião do Conselho Coordenador de Gestão das Calamidades, presidido pelo Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, a partir de Caia, onde está a monitorar a situação das inundações, que o alerta vermelho foi lançado também atendendo ao agravamento da situação hidrológica nas bacias do Incomáti, Save, Púnguè e Zambeze que já atingiram níveis de alerta.
Uma equipa destacada a partir de Gaza teve que intervir no socorro de cerca de 2000 pessoas que estavam isoladas em Pafuri, devido a subida do caudal do rio Limpopo.
“Apesar do abrandamento das chuvas, vamos continuar com cheias nalgumas bacias do sul e centro do país. Também tomamos em consideração que a época chuvosa ainda não terminou e que a situação hidrológica e meteorológica poderá se agravar. A activação do alerta vermelho institucional permite dar uma rápida resposta, avaliar as vias de acesso, a disponibilidade de barcos, víveres e identificação dos locais para acomodação temporária para além de activar a solidariedade interna”, disse.
Nos termos do alerta vermelho é activado o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE) que passa a funcionar 24 horas e a Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) para a coordenação das operações de busca e socorro.
Num comunicado emitido posteriormente, o Conselho Coordenador de Gestão das Calamidades exorta a população para que se mantenha calma e continue a obedecer minuciosamente aos avisos e alertas das autoridades competentes.