Trata-se da UPM Florestal Oriental, conhecida por Florestas do Planalto, cujo memorando de entendimento foi assinado pelo ministro da Agricultura do nosso país, José Pacheco, e por Ricardo Methol, vice-pesidente daquela empresa com sede no Uruguai.
Falando às comunidades, que acorreram ao local da cerimónia, José Pacheco deu a conhecer que, nos últimos cinco anos, foram estabelecidos em todo o país, cerca de 65 mil hectares de plantações florestais os quais empregam cerca de oito mil trabalhadores, entre efectivos e sazonais, na sua maioria membros das comunidades que residem onde os projectos se desenvolvem.
A maior parte dessas plantações se encontram na província do Niassa, que absorve cerca de 33 mil hectares, seguido das províncias de Manica, Zambézia e Nampula.
De acordo com o ministro da Agricultura, este facto deve-se à implementação dos programas do governo através de atracção de investimentos para desenvolver plantações florestais comerciais e industriais como forma de materializar o Plano de Acção para o Reflorestamento, um dos instrumentos implementador do Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Sector Agrário, PEDSA.
O memorando de entendimento ora assinado prevê a realização pela empresa Florestas do Planalto de plantios em cerca de 200 mil hectares de um total de 676 mil, que constituem o potencial do Planalto de Lichinga reservado a realizações de plantações florestais. Como resultado destes plantios, serão produzidos cerca de seis milhões de metros cúbicos de madeira/ano, matéria-prima que será usada para o abastecimento à indústria de polpa, para o fabrico de papel.
José Pacheco disse na altura que o surgimento da Florestas do Planalto vem aumentar o número de postos de trabalho, com mais seis mil novos postos directos e 30 mil indirectos, explicando que esses postos de trabalho aparecerão de forma gradual, permitindo desta feita, um aumento considerável da renda familiar das comunidades residentes no Planalto de Lichinga.
Para além dos benefícios sociais e económicos, segundo aquele governante, o novo investidor tem a responsabilidade de transferir tecnologias para as comunidades que aderirem ao projecto, bem como desenvolver parcerias sãs com as comunidades, tendo em conta assegurar maiores benefícios para este grupo alvo.
Neste contexto, ordenou Pacheco, o projecto deverá garantir que, pelo menos, 10 por cento da área requerida seja reservada para a produção de alimentos e 30 por cento para a produção de florestal por contrato. “Trata-se, portanto, de um desafio e, ao mesmo tempo, de uma oportunidade para o crescimento das plantações florestais que, a médio e longo prazos, possibilitará o surgimento da indústria florestal em Niassa”, explicou o titular da pasta da Agricultura.
Num outro desenvolvimento, Pacheco referiu-se a problemas ambientais, explicando que o estabelecimento de plantações florestais para fins comerciais e industriais assegura a sustentabilidade ambiental, a redução do efeito da emissão dos gases de estufa, no âmbito da mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, e permite o aumento do volume da exportação de produtos florestais, bem como o aumento da renda familiar através do incremento de postos de trabalho, uma acção combinada que contribui para a redução da pobreza nas comunidades.
Por sua vez, a Secretária Permanente Provincial de Niassa, Verónica Ernesto Langa, que representou o governo no acto, enalteceu o importante papel que as empresas florestais estão a desempenhar no seio das comunidades e apelou ao novo investidor para agir de conformidade com as leis e demais regras vigentes no país, melhorando e respeitando as relações de trabalho com as comunidades.
Recordou ainda que a vinda da UPM Florestal Oriental – Florestas do Planalto - ao Niassa é resultado de uma viagem de atracção de investimentos estrangeiros que o governador de Niassa, David Ngoane Malizane, realizou ao Uruguai para, entre outras coisas, se inteirar da forma como o reflorestamento está a ser feito naquele país sul-americano de forma sustentável.- André Jonas