Banco público português saiu do capital da instituição financeira criada em parceria com Estado moçambicano
O Estado moçambicano comprou nesta segunda-feira a posição da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Banco Comercial e de Investimentos (BCI) no Banco Nacional de Investimento (BNI), uma instituição criada em 2010 pelos governos de Portugal e de Moçambique.
Moçambique passa assim a assumir a totalidade do capital do BNI, que, quando surgiu, assumiu a sua condição de banco de investimento dedicado ao financiamento de infra-estruturas neste país. O valor do negócio não foi divulgado.
Constituído em 2010 e com início de actividade em 2011, previa-se que o BNI assumisse um papel chave em dois projectos importantes em Moçambique: Cesul, a espinha dorsal da rede eléctrica que liga o centro e o sul do país, e a Central Norte de Cahora Bassa.
Até agora, o Estado moçambicano detinha 49,5% do capital do banco através da Direcção Nacional do Tesouro, ficando a CGD com outros 49,5%. O restante 1% pertencia ao Banco Comercial e de Investimento (BCI), instituição financeira moçambicana onde a CGD detém a maioria do capital (tendo como parceiros o BPI e o grupo local Insitec = ARMANDO GUEBUZA). De acordo com dados da CGD, em Novembro de 2011 os accionistas do BNI deliberaram um aumento de capital da instituição para 2240 milhões de meticais (cerca de 64 milhões de euros).
Na escritura pública de constituição do BNI, o então ministro do Estado e das Finanças de Portugal, Fernando Teixeira dos Santos, defendeu que o banco seria catalisador do desenvolvimento e dinamização de projectos dos empresários dos dois países.
No primeiro semestre do 2012, segundo a Lusa, o BNI registou um lucro líquido na ordem de 25 milhões de meticais (cerca de 656 mil euros).
PÚBLICO e Lusa - 10/12/2012