A corporação policial lançou no dia 30 de Dezembro último uma operação de recolha de todas as bicicletas-táxi com deficiências nos sistemas de travões e de iluminação, de forma não só de evitar a ocorrência de acidentes de viação, como também de obrigar os seus donos a sanarem os problemas mecânicos.
A operação foi desencadeada sem aviso prévio e, inicialmente, tudo indicava que era uma estratégia visando evitar a ocorrência de muitos acidentes de viação durante a transição do ano de 2012 para 2013. No entanto, a mesma prossegue no terreno nos dias que correm, envolvendo agentes da Polícia de Trânsito e de Protecção espalhados um pouco por todos os cantos da cidade.
Dados apurados pela nossa Reportagem indicam que só na transição do ano a PRM, na Zambézia, apreendeu 69 táxis-bicicletas que apresentavam deficiências mecânicas.
Entretanto, embora reconheça a boa intenção da operação, o Conselho Municipal da cidade de Quelimane mostra-se contrário à forma como foi desencadeada, nomeadamente a falta de uma comunicação com antecedência aos táxis-bicicletas e de uma informação e coordenação com as autoridades municipais.
OPERAÇÃO VISA REDUZIR ACIDENTES
O chefe das relações púbicas no Comando Provincial da PRM, Ernesto Serrote, convocou a Imprensa para esclarecer que a operação visa, fundamentalmente, evitar a ocorrência de acidentes de viação nas estradas da cidade de Quelimane. Segundo disse, muitos dos acidentes que estão a ocorrer nesta urbe são provocados pelos táxis-ciclistas que se fazem à rua sem o domínio mínimo das regras de trânsito rodoviário.
“Não estamos contra o exercício da actividade, mas há que observar regras de segurança na via pública. A perda de uma vida representa sérios constrangimentos para o país e para as famílias. Muitas dessas bicicletas circulam sem travões e, à noite, não têm dispositivo de iluminação”, disse Ernesto Serrote, para quem a corporação e outros segmentos da sociedade civil estão empenhados não só em sensibilizar os táxis-ciclistas, como também os automobilistas e a todos utentes da via pública para a necessidade de prevenir os acidentes de viação.
Entretanto, os operadores de táxis-bicicletas, entrevistados pela nossa Reportagem, consideram que a Polícia exagerou na medida porque, segundo afirmaram, há outras bicicletas em condições de circulação, mas que são apreendidas. Por isso, entendem que a motivação da Polícia para a tomada desta medida é outra.
Há dias, um grupo de operadores daqueles meios reuniu-se com o objectivo de iniciar a preparação da documentação da formalização da sua associação. Uma das acções agora em curso é um censo para apurar o número exacto dos operadores de táxis-bicicleta, com vista a desenhar um plano da sua formação em matérias das regras básicas de trânsito.
A cidade de Quelimane não tem transporte público urbano. Nas suas deslocações de um ponto para o outro da urbe, as pessoas fazem-nas através dos táxis-bicicleta.