Canal de Opinião por: Noé Nhantumbo
Multiplicam-se os problemas e escasseiam as soluções
Os defuntos lutadores pelas independências devem estar chorando… Décadas após a proclamação das independências são raros os países africanos que conseguiram edificar pátrias em que as fricções étnicas e regionais tenham sido substituídas por convivência pacífica, envolvente e de tolerância. As independências que eram consideradas como via de realização de satisfação das necessidades dos cidadãos, tornaram-se ilusão deprimente.
África inicia 2013 a braços com crises de segurança reveladoras de um mau estado geral das relações políticas em muitos dos países que fazem parte da União Africana.
Um acumular de problemas não sanados, uma cultura de relações entre os países fundada nas aparências, uma história distorcida por conveniências circunstanciais não tem conseguido no seu conjunto abordar e dar o tratamento adequado aos mais variados problemas continentais.
Se na República Centro Africana mais uma vez a rebelião mostra os seus apetites, no Mali a guerra aberta começou com uma intervenção de tropas estrangeiras, em peso.
No Sudão e no novo Sudão do Sul os governos dos dois países tentam evitar a guerra numa situação em que milícias instrumentalizadas e sob instrução de diversos interesses não desarmam.
Afinal África está destinada a ser aquele continente em que as crises de segurança são permanentes?