A RDC, um país muito rico em recursos minerais, há mais 15 anos que se encontra mergulhado numa fratricida guerra movida por vários grupos rebeldes internos.
Este acordo preconiza que, doravante, todos os seus subscritores devem se devem abster de apoiar os grupos rebeldes.
Os signatários do acordo, elaborado pelas Nações Unidas, são RDC, República Centro Africana, Angola, Burundi, Congo Brazzaville, Ruanda, África do Sul, Sudão do Sul, Uganda, Zâmbia e Tanzânia.
Deste grupo de 11 países, a Africa do Sul, Sudão do Sul, Tanzânia, Congo Brazzaville, Ruanda e a RDC fizeram-se representar pelos seus presidentes, Angola e Uganda pelos seus vice-presidentes e os pelos seus mandatários.
O acordo também foi assinado pelo Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pela Presidente da Comissaria da União Africana, Nkosazana Zuma, Presidente em exercício da SADC, Armando Guebuza, e o vice-presidente ugandês, Eduward Kiwanuka Ssekandei, em representação do presidente em exercício da Conferencia Inter-Governamental para os países dos Grandes Lagos, Yoweri Musseveni, que não pode vir devido à morte de seu pai.
ACORDO UMA PLATAFORMA PARA A PACIFICAÇÃO DA RDC E REGIÃO DOS GRANDES LAGOS
Na ocasião, os signatários do acordo manifestaram a sua esperança e optimismo de que o mesmo constitui um ponto de partida para a pacificação da RDC e região dos Grandes Lagos.
Na sua intervenção, Guebuza deixou claro que este acordo não pode ser encarado como o início, mas sim como a continuação de um esforço que o levou a entabular contactos, na qualidade de presidente em exercício da SADC.
Vincou que foi resultado dos contactos com os diferentes líderes dos Grandes Lagos, com destaque com o homólogo ruandês, Paul Kagamé, que funcionou como quebra-gelo, e que acabou levando as Nações Unidas a se envolverem com mais afinco, e elaborar o presente acordo.
GUEBUZA REITERA SEU OPTIMISMO DURANTE UM BRIEFING AOS JORNALISTAS
Guebuza voltou a expressar o seu optimismo durante um briefing a jornalistas moçambicanos após a assinatura do acordo, vincando que desta vez poderá ser possível erradicar a guerra na RDC.
Guebuza explicou que foi a primeira vez que foi possível reunir no mesmo barco todos os países da zona dos Grandes Lagos, incluindo o Ruanda, que é acusado por Kinshasa, ONU e SADC de ser o principal apoiante da rebelião que afecta a região leste da RDC.
O seu optimismo também é justificado pelo facto de as próprias Nações Unidas se terem comprometido, através de uma proclamação pública feita pelo próprio Ban Ki-moon, de que irão reformular e reorganizar os seus capacetes azuis na RDC.
Ele destacou que Ban Ki-moon demonstrou que tudo fará para que este acordo seja bem-sucedido.
Pese embora o seu optimismo, o estadista moçambicano deixou claro que, acima de tudo, cabe aos próprios congoleses garantir que o acordo seja bem-sucedido.
Disse que o exército da RDC é uma das questões que parece não estar bem esclarecida, porque na sua opinião parece não estar a altura das suas responsabilidades.
Por sua vez, Ban Ki-moon expressou a sua fé em que este acordo possa ser uma plataforma que poderá resgatar a paz de que, há vários anos, tem sido uma miragem para o povo da RDC.
Apontou a adesão dos 11 países e das organizações que rubricaram o acordo, como sendo pilares mais do que suficientes para assegurar que a RDC seja finalmente capaz de sustentar a sua paz e harmonia entre o seu povo.
Instou as várias forças rebeldes a deporem as suas armas e optarem pela via pacífica, de modo a evitar o recurso a outros meios para acabar a guerra que tem causado a morte e luto entre os seus compatriotas.
Outra intervenção que foi seguida com muita atenção pelos presentes foi a de Kagamé, pelo tal facto de ser acusado de apoiar o grupo rebelde M23.
O discurso de Kagamé foi breve, mas muito incisivo e quase mordaz, vincando que o fundo do problema da RDC é mais endógeno que exógeno. Por isso, disse Kagamé, cabe mais à sua liderança de Kinshasa buscar internamente as soluções ao invés de pensar que o mal vem de fora.
Vincou a necessidade de se abandonar o que considera de política de interesse próprio que, na sua opinião, prevalece naquele país vizinho.
O Presidente da RDC, Joseph Kabila, por seu turno agradeceu efusivamente a todos os que deram o seu tempo, energia e inteligência para que o acordo fosse uma realidade, asseverando que o seu governo tudo fará para que seja coroado de êxito total.
GM/SG
AIM – 24.02.2013