Estas informações foram reveladas ao Ministro da Agricultura, José Pacheco, na sua recente visita de trabalho à província de Cabo Delgado. A direcção da Jacarandá explicou ao titular da pasta da Agricultura a intenção de aumentar as áreas de produção, dos actuais 100 hectares para mil, um desafio que acredita poder alcançar.
A produção de banana em moldes industriais, em Chiúre, de acordo com o informe da empresa Jacarandá, iniciou com os trabalhos preliminares que se cingiram ao desbravamento da mata para abertura de campos de produção. Seguiu-se a importação, da vizinha África do Sul, de cerca de 220 mil mudas de bananeiras que, actualmente, já se multiplicaram para uma área de 100 hectares, divididos em dois blocos de 50 cada, o que já justifica o aumento das áreas de cultivo para produzir mais bananas.
Os gestores da farma afirmaram ainda que a banana de Chiúre tem já o seu mercado naquele país europeu e que, brevemente, mais mercados poderão ser identificados no velho continente. Apresentaram, porém, como constrangimento o congestionamento no Porto de Nacala, o que provoca demora na exportação da mercadoria, uma situação que, de certa forma, cria transtornos à Jacarandá.
Outra dificuldade tem a ver com falta de energia eléctrica para accionar o sistema de irrigação dos campos de cultivo e no processamento do produto final. A Jacarandá diz que, a breve trecho, vai apostar também no projecto de criação de cabritos e outros animais de pequeno porte, incluindo galinhas para o fornecimento de carne à cidade de Pemba e não só, para o que, neste momento, a empresa está a mobilizar fundos para concretizar este desejo.
Para além de produzir banana, segundo o mesmo informe, a Jacarandá dedica-se ao cultivo de tubérculos para exportação, tais como batata reno e doce nas províncias de Nampula e Gaza, culturas que poderão ser introduzidas em Chiúre, onde se projecta aumentar as áreas de produção dado o facto de as condições agro-ecológicas e outros factores assim o permitirem.
Entretanto, o Ministro José Pacheco apelou aos gestores da empresa para criarem parcerias com os camponeses locais, como forma de envolver a comunidade na produção da banana. De acordo com Pacheco, há experiências nesse sentido nas outras farmas existentes no país, o que, na opinião do governante, vai permitir um bom relacionamento entre a empresa e as comunidades locais.
“Assim vão evitar roubos e outras interpretações. Devem fomentar a produção da banana aos camponeses da zona. Assim eles vender-vos-iam a produção tal como está a acontecer com as açucareiras que promovem a produção de cana sacarina na zona sul. Por isso pensem bem nessa ideia e se implementarem verão que a população vai gostar, pois vai-se sentir indirectamente envolvida no vosso projecto” – apelou Pacheco.
- Zé Campos