Não só de madeira nacional vivem os compatriotas de Hu Jintao
A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou, na manhã de ontem, ter detido, na província do Niassa, mais concretamente no distrito de Mandimba, um cidadão de nacionalidade moçambicana tentando vender quantidades consideráveis de cornos de rinoceronte a um cidadão de nacionalidade chinesa. Entretanto, a falta de perícia, ou então, o excesso de corrupção que caracteriza o sector policial nacional, permitiram que o cidadão chinês conseguisse fugir, estando, actualmente, em parte incerta.
As autoridades policiais na província do Niassa não sabem explicar, exactamente, as circunstâncias em que o suposto traficante de madeira conseguiu fugir.
De acordo com as autoridades policiais, no total, foram apreendidos com o cidadão moçambicano, 8 cornos de rinoceronte, o correspondente a perto de 20 quilos.
O comércio dos cornos de rinoceronte, segundo se sabe, é proibido por dispositivos internacionais no sentido de proteger a espécie e evitar a sua extinção, tendo em conta o crescimento da apetência pelos cornos por parte de gangs de caçadores furtivos que operam em várias regiões do mundo, particularmente no continente africano.
Maior parte dos cornos traficados vai para o mercado asiático, particularmente para ser usado na medicina tradicional.Ainda na semana passada, as autoridades moçambicanas detiveram um cidadão de nacionalidade chinês por tráfico de um tipo de espécies marinhas protegida por ser de natureza rara. Não foi referenciada o tipo de espécie marinha que T. Zuwo, cidadão de 43 anos de idade, traficava na altura da sua detenção. Ele foi detido na cidade da Beira, capital de Sofala.
As autoridades policiais dizem que ele tentou subornar a polícia num valor de 500 Meticais.
Não é a primeira vez que cidadãos de nacionalidade asiática são detidos ou são suspeitos de actividade ilícita no país, pois, várias são as vezes que as autoridades moçambicanas apanharam os asiáticos com a boca na botija.
Aliás, actualmente se discute no país e no mundo, a delapidação de florestas moçambicanas, particularmente por supostos investidores chineses que, usando esquemas fraudulentos, conseguem levar quantidades consideráveis de madeira em toros para o mercado chinês. Segundo relatórios internacionais, esta realidade acontece com o beneplácito, protecção e jogadas sujas com as autoridades moçambicanas.
Recentemente cidadãos de nacionalidade vietnamita foram surpreendidos no Aeroporto Internacional de Maputo tentando embarcar num voo da Kenya Air Ways com uma mala contendo 7 cornos de rinoceronte. Tempo depois, outros vietnamitas foram detidos, no mesmo dia, nas cidades de Banguecoque, capital da Tailândia, e Ho Chi Minh, no Vietname, por tráfico de cornos de rinoceronte, pesando 10,6 e 16,5 quilos respectivamente, que, alegadamente, terão sido levados de Moçambique.(Ed. Conzo)
MEDIA FAX – 20.02.2013