No âmbito da troca de experiência entre a Rádio Catandica e Instituto Panos da África Austral em parceria com Mecanismo de Apoio da Sociedade Civil (MASC), a população residente do Distrito de Báruè, província de Manica apresenta problemas de má gestão e falta de transparência na exploração de recursos naturais.
Segundo o régulo do posto administrativo de Nhampassa – Joaquim Nhacapanga há falta de consultas comunitárias na entrada das empresas mineiras na sua zona de jurisdição. Nhacapanga avançou que na sua zona existe uma empresa proveniente do Maputo e do nome SOCADIV que entrou a força na sua zona e neste momento está extrair turmalinas sem conhecimentos das estruturas locais. Nas semanas passadas o régulo do Posto Administrativo de Chôa Pita Macufa foi detido pela Policia da República de Moçambique em Báruè por ter aprendido 10 homens que estavam explorar pedras preciosas na sua zona de jurisdição sem consultas.
Contactado o Administrador do distrito, Joaquim Zefanias disse que o régulo foi detido porque cometeu crime de aplicar justiça pelas suas mãos onde foi acusado de punir os referidos 10 homens. O administrador Zefanias também disse que o processo de recursos naturais é um assunto centralizado e os documentos são feitos a partir do Maputo. Zefanias acrescentou que a maior parte das empresas que estão aparecer no distrito são pesquisadores legais.
O Chefe do Posto Administrativo de Nhampassa, Henriques Quiraque disse a nossa equipa de reportagem que o processo de recursos naturais não está beneficiar a sua comunidade. Quiraque avançou que o grau de cumprimento dos acordos entre as empresas exploradoras e as comunidades locais no âmbito da responsabilidade social esta muito fraco. O responsável disse ainda que não tem acesso de informação sobretudo as quantidades produzidas, tipo de minerais e as receitas de vendas destes recursos. Em relação das promessas o Chefe do Posto de Nhampassa deu exemplo da empresa Sominha que não esta cumprir com as suas promessas. O nosso interlocutor avançou que esta empresa prometeu construir 250 casas melhoradas para a comunidade sendo 10 casas por anos a partir de 2008, a construção da escola secundaria, abertura das vias de acesso, bombas de agua potável, compra de ambulância entre outros. Até então conseguiu apenas um mercado e uma ambulância deficiente de segunda mão que nunca funcionou.
O Regulo do Bairro Sabão da Vila de Catandica sede do distrito reclama da falta dos 20% das vendas do pó e pedrinhas feitas pelo Governo Distrital de Báruè aos cidadão residentes. Trata – se de material de construção deixada pelas empresas da estrada tais como Tâmega, CMC, Seta e Basil Read Lda. O Regulo Sabão disse que sabe muito bem que a comunidade deve receber alguma coisa no âmbito de responsabilidade social para melhorar a vida dos cidadão locais. “Estas receitas é para que fim” questionou o regulo Sabão.
O antigo combatente, mineiro pesquisador residente na Vila de Catandica – Paulo Chirozo criticou o sistema de exploração de recursos minerais no Distrito dizendo que não controlo e o processo de aquisição da licença para esta actividade não fácil para cidadão local. Chirodzo disse ainda que tem mais de 7 jazigos de diversos recursos tais como bronze, ferro ouro turmalinas e nunca vai mostrar ninguém porque foi mal tratado nos anos anteriores pelas autoridades locais e foi disparados tiros para deixar o jazigo e o produto adquirido.
Os participantes do debate da Radio Catandica na troca de experiencia com Panos da África Austral em parceria com MASC disseram que no distrito de Báruè existem muitos recursos minerais e bem geridos podem trazer o desenvolvimento rural sustentável.
Note que em Báruè existem neste momento cerca de nove empresas mineiras explorando ferro, pedras preciosas e semi preciosas, águas marinhas, turmalinas, ouro entre outros de grande valor.
20 de Fevereiro 2013