O Grupo Rex vai propor negociações com o Ministério da Defesa
Grupo Rex, Materiais e Equipamentos, cujas obras de construção da primeira Universidade Técnica em Nacala- Porto foram embargadas, na sequência do conflito instalado entre os militares da Base Aérea e a população local, poderá recorrer junto do Ministério da Defesa, para que este autorize a continuação e conclusão das mesmas.
Avaliado em três milhões de dólares norte-americanos, o projecto de construção da Universidade Técnica de Nacala-Porto foi concebido com intuito de se formar técnicos especializados nas diversas áreas de formação, para responder a problematica de falta mão-de-obra qualificada.
A cidade portuária de Nacala está a conhecer um desenvolvimento acelerado com a implantação de diversas unidades industriais, mas debate-se com uma gritante falta de mão-de-obra qualificada, como alternativa actualmente grande parte dela é constituida por estrangeiros.
O director do grupo Rex, Shafee Sidat, disse, em exclusivo ao Onacalense, que neste momento a sua organização encontra-se a desenhar um projecto que, dentro dos próximos dias, será submetido ao Ministério da Defesa, com vista a abrir-se um novo espaço de diálogo.
Sidat considera que os projectos desenvolvidos pelo seu grupo são benéficos não somente para o próprio governo, mas também para a população nacalenses e, por outro lado, os mesmos não atentam contra a soberania do país.
Ele preve boas negociações com o Ministério da Defesa, porque entende que os seus projectos são ambiciosos e vão, igualmente, aumentar o nível académico dos próprios militares, tomando como exemplo a própria Universidade Técnica em perspectiva.
Por outro lado, a intenção do Grupo Rex é de envolver os militares com o nível superior na actividade docente na mesma instituição.
Para além da construção da Universidade Técnica de Nacala no local, o projecto comporta, igualmente, a construção duma Escola Primária Completa no âmbito da Responsabilidade Social do grupo, bem como um centro comercial para a venda de produtos alimentares e outros.
“Espero que alcancemos um consenso entre nós e o Ministério da Defesa. Vamos mostrar o nosso projecto explicando que não há qualquer intenção contra a defesa nacional, dai que esperamos um bom resultado para, ainda brevemente, reiniciarmos com os trabalhos interrompidos”, sublinhou Shafee Sidat.
Num outro desenvolvimento, a fonte referiu que em casos de evacuação da área, a sua organização vai exigir, das autoridades locais, o retorno do investimento aplicado, de modo que lhe permita prosseguir com as actividades numa outra zona a lhe ser indicada.
Aliás, o Onacalense soube que o grupo tem autorização legal para explorar uma área fora da zona conflituosa, mas que a mesma se encontra numa zona inclinada. A fonte diz que esta pode ser a alternativa, mas precisaria de muito investimento.
Alguns empresários cujas obras foram, igualmente, embargadas não se querem pronunciar e outros o fazem com certa hesitação.
Por exemplo, Rui Chong, um outro empresário local e proprietário da Trans Ruccs Phoenix, disse estar preocupado com a paralisação da sua obra naquela zona, que é a construção de um hotel.
O nosso entrevistado afirmou ser receptível a qualquer decisão, desde que lhe atribuam uma outra parcela adequada e lhe compensem os investimentos feitos até ao momento.
“Eu não quero falar muito sobre isso, mas vou deixar que o governo e as autoridades municipais decidam para que eu continue com os meus trabalhos”, observou Chong. Frederico José
O NACALENSE – 28.02.2013