Mudumane foi sequestrado na zona de Gravata tendo sido submetido a sevícias que o colocam desde a noite de resgate sob cuidados médicos intensivos, no Hospital Central da Beira.
Não há ainda muita informação em torno deste rapto, mas André Mudumane contou ao “Notícias” que os sequestradores agiram de tal forma alegadamente por ele estar a contribuir para a desacreditação da Renamo no distrito de Maríngue. Contou ainda que ao ser espancado, tais homens acusavam-no de recrutar militantes e simpatizantes da Renamo para se filiares à Frelimo, fragilizando assim a “perdiz” naquele que outrora fora sua zona de influência, durante o conflito armado.
O administrador de Maríngue, Absalao Chabela também confirmou a libertação de Mudumane e instou as autoridades de direito de prosseguirem com as investigações para o apuramento das responsabilidades.
Entretanto, o Secretário do Comité Central da Frelimo para a Mobilização e Propaganda e porta-voz do partido, Damião José, repudiou e condenou veementemente o sequestro, afirmando que esta atitude demonstra que a Renamo não está preocupada com a paz e a harmonia social em Moçambique.
“Isto demonstra uma vez mais a sua génese, caracterizada por violência. É inconcebível que 20 anos após a assinatura do Acordo Geral de Paz a Renamo continue com dificuldades de se transformar num verdadeiro partido da paz e da reconciliação. Todos os seus actos constituem um atentado à paz” denunciou Damião José, apelando a todos os moçambicanos para que continuem atentos, vigilantes e que denunciem todas as tentativas tendentes a por em causa a paz e tranquilidade.
Apelou ainda para que os moçambicanos continuem a tudo fazerem em prol da consolidação da paz e da unidade nacional, factores importantes para o objectivo comum que é o combate a pobreza.
Damiao José disse que o sequestro do primeiro secretário do comité distrital em Maríngué não deve ficar impune e apelou as entidades de direito para que façam tudo o que estiver ao seu alcance com vista a identificação dos autores do rapto e consequente penalização.
Acrescentou que a Frelimo se solidariza com o seu quadro ora no leito hospitalar, encorajando-o, no entanto, a continuar com o mesmo vigor e determinação em prol da implementação das orientações do partido com vista ao bem estar dos moçambicanos.