Número indeterminado de feridos e pelo menos 11 detenções.Veteranos fizeram refém
Um número
indeterminado de feridos e pelo menos 11 detidos é o resultado de um confronto
na cidade do Huambo entre a polícia anti-motim e ex- militares.
Os ex militares tinham aprisionado o presidente da Liga para
o Desenvolvimento dos Ex Militares das Forças Armadas Angolanas
(LIDEMFAA) durante uma reunião em que este tentava explicar o objecto social da
sua associação.
Os tumultos começaram quando um dos membros corpo
directivo afirmou que Eduardo dos Santos estava preocupado com a situação dos
ex-militares em Angola.
“ Quando chegou o ponto de dizer que o camarada presidente,
Eduardo dos Santos estava a fazer tudo para resolver o problema dos
ex-militares, então todo povo começou a dizer `não fala mais do gatuno´ e dali
começou a confusão,” disse um dos presentes
Os revoltados teriam feito refém por algumas horas o
presidente da Liga que foi forçado a abandonar a sala de reunião com empurrões
e ameaças de morte.
Depois armados com paus pedras, ferros e catanas, os
ex-militares transportaram a pé Nunes até ao palácio do governador do Huambo.
Como não tinham encontrado nenhum interlocutor do governo decidiram leva-lo à Radio Mais para este explicar publicamente o paradeiro do dinheiro das pensões de reforma que os ex-militares dizem não receberem há mais de 15 anos.
A escassos metros da rádio, os manifestantes depararam-se com um forte dispositivo da polícia de intervenção rápida.
Testemunhas disseram a VOA que, a policia recorreu a gás lacrimogénio e balas de borracha e reais para dispersar os manifestantes que arremessavam pedras contra os agentes policiais.
Nunes contou o drama que viveu.
“ Percorremos as ruas do Huambo e a intenção dos insurrectos era para que nós falássemos á Rádio Mais,” disse.
“A forma como estavam a nos tratar era desumana e a polícia fez a intervenção e usou os seus meios apropriados e fomos resgatados das mãos dos descontentes,” acrescentou.
Nunes confirmou que altura foram detidos 11 ex-militares que deverão ser encaminhados para o ministério público.
Constituída recentemente, um dos objectivos da Associação é realizar programas de sensibilização para uma maior compreensão da problemática dos ex-militares nas comunidades; desenvolver campanhas sobre os direitos e deveres cívicos desta franja da sociedade Angolana.
A organização pretende integrar no seu seio ex-militares da UNITA, MPLA, FNLA e a FLEC.
Os ex-militares consideram que o governo os tem marginalizado e exigem pagamento das suas pensões de reforma e a sua reintegração social.
VOA – 26.03.2013