“Quando não se sabe para que porto se navega, nenhum vento é favorável”
Séneca
Em anterior escrito dissertámos sobre a saída mais viável para a crise política em Portugal, e que passaria por dissolver a Assembleia da República e encontrar um governo fora do quadro partidário, dado que os partidos se têm comportado como autênticos tumores malignos que têm corroído o todo nacional. Esta solução só poderá ser posta em prática pelo PR e poderá ter que ser acompanhada pelo estabelecimento do estado de sítio.
Para o caso de haver compatriotas que ainda não se deram conta, vivemos uma situação de verdadeira emergência nacional e não saíremos dela mantendo a “normalidade democrática”, já que o “sistema” é, em grande parte responsável por termos chegado a este poço sem fundo onde caímos. Além do mais o sistema encontra-se bloqueado.
A outra parte da responsabilidade cabe aos protagonistas políticos, o que é configurado na sua patente falta de patriotismo, cupidez, ignorância, desconhecimento do país e corrupções várias.
Tal facto configura o principal problema que temos no país que é a falha grosseira na preparação, recrutamento e escolha das “elites” que vão ocupar os principais lugares de liderança nos diferentes sectores da vida nacional.
Em cima de tudo isto, temos a falta de autoridade (cujas causas não vamos hoje abordar).
Ora com uma maioria de gente mal preparada (não entremos noutras áreas) – que os resultados têm comprovado – e sem autoridade - onde todas as decisões entroncam - o país é um barco à deriva e a meter água por todos os lados.
Não posso ser mais claro, a não ser listando as principais figuras – a maioria das quais se têm mantido no palco do poder – e respectivas “obras”, que têm conduzido a Nação até nenhures.
Como se poderá, então pressionar as forças políticas a arrepiarem caminho e o PR a actuar em consonância e que, no nosso caso passa por reinventar um sistema político mais próximo do democrático e representativo da Nação (passe o pleonasmo); servido por gente capaz e proba, ao serviço de Portugal e não de interesses estranhos, organizações internacionalistas ou de sociedades secretas, que não têm nada a ver connosco?
E, já agora, tenham uma “Ideia” do e para o País, façam o que dizem e digam o que pensam; dêem o exemplo e sejam coerentes, não abrindo excepções para o que proclamam e legislam, como é o caso da recente e vergonhosa cedência à ameaça de greve na TAP/SATA!
O tempo urge e por cada dia que passa ficamos mais desgraçados.
Há que actuar com discernimento e inteligência.
No estado actual de decomposição política, económica, financeira e social, em que nos encontramos – e antes que a situação piore, pois só pode piorar (veja-se o recente caso da RTP que se tornou numa pia, onde os figurões deste regime, tornado fétido, vão deixar os seus miasmas) – parece-nos que a maneira menos má de actuar será pela desobediência civil, pacífica.
Antes que tudo isto resulte em tiros.
Torna-se, todavia, necessário executar um lote de acções que “os” atinjam onde lhes doa.
Daremos alguns exemplos.
Em primeiro lugar, não ir votar. Não indo votar obriga-se a repensar todo o sistema e impede – se os partidos políticos de receberem subsídio por cada voto.
Não pagar o IMI. Não pagando o IMI responde-se coletivamente a um esbulho, mas para dar resultado (como em tudo) é necessário que haja muita gente a fazer o mesmo.
Não entregar a declaração de IRS e IRC: se o Estado nos confisca os vencimentos unilateralmente, nós temos o direito de lhes fazer o mesmo.
Não afrontar as forças de segurança, antes abraçá-las, convidá-las para um café, etc.. “Invada-se” as esquadras com grupos pequenos e preencha-se uma queixa contra os políticos que nos andam a extorquir e contra a Comissão Europeia, o FMI, o BCE!
Fazer greves de abstinência a produtos de empresas estatais: não comprar/gastar determinados produtos, como sejam os combustíveis, luz, água, etc.; deixar de pagar massivamente as portagens, a taxa de TV, alguns produtos bancários.
Não insultar os políticos, dá uma imagem de desordem e de falta de educação; é melhor optar por não lhes falar, não os cumprimentar, não os convidar, não estar em nenhum evento em que um deles esteja presente.
Não devemos, fazer coisas que nos possam prejudicar individual e colectivamente, como seja fazer greves. As greves destinam-se a resolver, em última instância, problemas laborais. Ora os problemas que temos não têm nada a ver com isso. Com as greves estamos a prejudicar o que resta da economia, a aumentar os prejuízos e a voltar partes da população, umas contra as outras. Divide, não une, e as consequências voltam-se contra todos nós.
E, se repararem bem, não afecta nada os políticos e a sua acção, que são os principais responsáveis por tudo o que se tem passado.
Encare-se tudo isto como uma guerra, e estamos de facto em guerra. Estamos a ser “atacados” de fora com conivências internas. E estamos atolados numa crise, não numa crise financeira, mas sim numa crise muito mais complexa e abrangente, que sem se especificar pode ser esquematizada da seguinte maneira: a crise financeira criada pela corrupção e ganancia de uns e pela incompetência de outros (ninguém viu, ouviu, percebeu) – tudo servido por pessoas de carne e osso e respectivas organizações – originou uma crise económica, ambas derivadas de uma crise da política, por sua vez originada numa crise moral. De falta de princípios, de valores, de virtudes, de se ter relativizado tudo (ao ponto de cada um de nós se poder considerar “Deus”). E de tudo ter passado a ser negócio.
Deem-se as voltas que se quiserem, que sem se atacar as raízes do mal, em vez dos seus efeitos, não se conseguirá resolver nada.
Há que encontrar liderança adequada e pôr mãos à obra.
Pois o tempo urge, e por cada dia que passa ficaremos mais desgraçados.
23.03.2013
João J. Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador