Por “ordens superiores”
“Não temos nada a fazer, porque recebemos ordens superiores de última hora, para os jornalistas não terem acesso à reunião”, disse Damião José, porta-voz do partido Frelimo, desculpando-se aos escribas
A Direcção Central do partido Frelimo expulsou, na manhã desta última quarta-feira, os jornalistas nacionais da sala onde decorre a VI Reunião da Direcção do Partido com os dirigentes dos órgãos autárquicos por si dirigidos, que iniciou ontem e termina hoje, quinta-feira, na Escola Central da Frelimo, na cidade municipal da Matola.
A Frelimo alegou “restrição do encontro e da agenda” para escorraçar os jornalistas que se encontravam no local em número considerável “diga-se quase todos órgãos de comunicação social públicos e privados” desde às 7 horas para cobrir o evento a pedido daquela formação política, cuja abertura estava prevista para às 9 horas pelo presidente da Frelimo e da República, Armando Guebuza.
Antes da chegada de Armando Guebuza à cerimónia de abertura, os jornalistas bem como os autarcas e convidados encontravam-se na sala. O presidente chegou e foi “acomodado” numa outra sala – onde se reuniram por alguns instantes – com alguns quadros do seu partido, dentre eles o secretário-geral Filipe Paúnde.
Momentos antes do fim da “acomodação” e da entrada de Guebuza ao encontro, foi anunciada a retirada compulsiva dos jornalistas da sala, “por ordens superiores” para não cobrirem a sessão de abertura, numa clara violação ao direito à informação e liberdade de Imprensa.