A
reunião de Alto nível sobre o desenvolvimento da agricultura nas savanas
tropicais em Moçambique (ProSAVANA), que arranca Segunda-feira em Tóquio, no
Japão, terá um impacto importante na definição dos níveis de financiamento
deste programa que abrange cerca de dez milhões de hectares ao longo do Corredor
de Nacala, norte do país.
Segundo o Ministro moçambicano da Agricultura, José Pacheco, desde o lançamento
do ProSAVANA, em Abril de 2011, a maioria das acções tinha como enfoque
assistência técnica para a investigação agrária, com o objectivo de identificar
melhores tecnologias para o aumento da produção e produtividade, e na formulação
de um plano director para o desenvolvimento de toda a área abrangida pelo
programa.
“A reunião de Tóquio vai ter um grande impacto para uma fase muito importante
que é começarmos a trabalhar com toda a estrutura financeira do ProSAVANA”,
disse Pacheco, falando sábado a noite, em Tóquio, a jornalistas moçambicanos
minutos depois de desembarcar na capital nipónica.
Pacheco frisou que, independentemente do que ainda está por ser definido, o
Japão já se comprometeu a financiar o Plano Estratégico de Desenvolvimento
Agrário que tem o corredor de Nacala como um dos beneficiários.
Com efeito, segundo apurou a AIM, o Japão é o maior financiador deste plano
estratégico com cerca de 111 milhões de dólares norte-americanos.
O ProSAVANA está alinhado com o Plano Estratégico de Desenvolvimento Agrário
que tem um período temporal de dez anos e que preconiza um crescimento médio
anual na ordem de sete por cento.
“Certamente que o ProSAVANA não vem começar tudo de novo, mas sim reforçar este plano já existente”, disse o Ministro, que nesta deslocação de trabalho se faz acompanhar pelos governadores das províncias abrangidas, nomeadamente David Marizane, de Niassa, Cidália Chaúque, Nampula, e Joaquim Veríssimo, da Zambézia.
Questionado sobre o nível de percepção da essência do ProSAVANA pelas comunidades que vivem nas áreas abrangidas, o Ministro afirmou que ela é positiva mas que existe a necessidade de prosseguir o diálogo com todos os intervenientes, incluindo as comunidades.
“Apesar desta percepção positiva é necessário continuarmos a dialogar porque cada fase exige conhecimento de causa por parte dos intervenientes”, destacou Pacheco, acrescentando que um dos pilares do Plano Estratégico de Desenvolvimento Agrário é promover o diálogo e parcerias com os diferentes actores.
“O diálogo tem de ser permanente”, sublinhou o Ministro, numa clara alusão a necessidade de se salvaguardar os vários interesses, principalmente dos camponeses. Por isso, também acompanham o Ministro nesta sua deslocação a Tóquio representantes dos produtores das áreas abrangidas.
A reunião de alto nível de Tóquio vinha sendo adiada devido ao impacto do Tsunami que devastou o Japão em 2011.
A Reunião que se prolonga até a próxima Quarta-feira, inclui, para além de um seminário internacional e assinatura de minutas, visitas aos campos de produção e a diversas instituições japonesas.
O ProSAVANA é um programa triangular que também envolve o Brasil e tem como objectivo transformar a agricultura de subsistência, muito predominante no país, em agricultura competitiva e sustentável, tomando em consideração o desenvolvimento rural, as leis do mercado, e a própria conservação do meio ambiente.
Este programa é semelhante a um outro implementado no Brasil, pelo Japão, nos anos 70, numa zona que hoje considerada uma das mais produtivas daquele país da América do Sul.
mz/sg
AIM – 31.03.2013