Enquanto não for alcançado consenso eleitoral
-Segundo Manuel Bissop, secretário-geral da “Perdiz”
O secretário-geral da Renamo, Manuel Bissop, reafirmou em Nampula que a sua formação política está a afinar a máquina para inviabilizar a realização das eleições autárquicas agendadas para Novembro de 2013 e gerais de 2014, enquanto não forem observados criteriosamente os diversos segmentos dos processos eleitorais em Moçambique.
Manuel Bissop que se reuniu, na última sexta-feira em Nampula, com quadros da sua formação política provenientes de todos os 21 distritos da província, referiu que o encontro tinha, essencialmente, por objectivo afinar a máquina para que, de facto, a decisão tomada para obstar a realização das eleições em Moçambique seja uma realidade.
Ainda a propósito, aquele membro da “perdiz” afirmou que qualquer tentativa que a Frelimo vier a protagonizar com a sua habitual arrogância e uso da força, para contrariar a acção de bloqueio, será rechaçada pelo povo, que também está farta de palhaçadas do género.
Bissop deu a conhecer que encontros idênticos irão estender-se para todas as regiões do norte, centro e sul do país, com a principal missão de mobilizar os seus membros para que estejam vigilantes e continuem a disseminar no seio das comunidades mensagens sobre a importância da sua não participação do recenseamento a nível de base e, deste modo, acabarmos, de uma vez para sempre, com o problema que se tem repetido sistematicamente nos pleitos eleitorais e que se traduzem em descarados roubos de votos, fraudes de várias espécies, humilhações insuportáveis, perpetradas pela Frelimo.
Concretamente, a posição da Renamo consistirá em proteger a manifestação do povo, que, também, está cansado de ser roubado. Se, eventualmente, o povo moçambicano decidir pegar em facas, catanas, machados e outros instrumentos contundentes para se opor a qualquer tentativa agressiva de neutralização ou intimidação da Frelimo, a Renamo não vacilará em apoiar essa reacção legítima.
Referiu Bissop, que acrescentou que o seu partido terá como tarefa fundamental proteger o povo. E se a Frelimo insistir na sua descabida arrogância, então nós não hesitaremos em esmagar de forma definitiva o próprio potencial armado que vier a usar na circunstância. Concluiu.
Para aquele membro sénior da perdiz, não se trata de nenhum desperdício popular, pelo contrário, é um grande ganho para a maioria do povo moçambicano, por isso, a necessidade de preparar os membros do seu partido, por forma a iniciarem trabalhar em todas as autarquias com vista a boicotar o processo eleitoral e não permitirem que seja realizado em Moçambique.
Não haverá eleições nem recenseamento em Moçambique. Não iremos permitir que isso aconteça porque estamos cansados de sermos enganados pelo partido no poder que não aceita as nossas exigências democráticas.
Vincou Manuel Bissop, observando, no entanto, que a Renamo não está interessada em voltar a pegar em armas de fogo. Mas, não vai permitir que qualquer moçambicano se envolva na preparação do processo eleitoral.
WAMPHULA FAX – 01.04.2013