-Chefe do Estado Armando Guebuza continua a acreditar que a produção e comercialização daquela cultura pode gerar riqueza para os moçambicanos
A província de Cabo Delgado está, desde os princípios do ano em curso, a ensaiar uma variedade de biocombustível, produzido com recurso a Jatropha, para aplicação em motores movidos a “diesel”, sem necessidade de conversão das componentes mecânicas.
Baptizado por “Jatfuell”, o bio-diesel é fruto da transformação do óleo concentrado da Jatropha, com recurso a uma tecnologia recentemente importada do Japão, numa iniciativa de uma empresa denominada Agro-negócio para Desenvolvimento (ADM), de capitais privados mistos (moçambicanos e japoneses).
Apresentada durante a exposição agrícola de Ilala, uma localidade do distrito de Macomia, última etapa da presidência aberta e inclusiva do Chefe do Estado à província de Cabo delgado, o “Jatfuel” está a ser produzido, a titulo experimental, em geradores de electricidade que abastecem duas centenas de consumidores nas aldeias de Biac e Quitaraju, em Ancuabe e Macomia, respectivamente, com perspectivas de, a breve trecho, ser comercializado aos operadores do sector de agro-processamento.
Segundo Afonso Bachir, director de produção da ADM, estão em curso junto do governo da província diligências visando a identificação de mecanismos de mobilização das comunidades produtoras daquela cultura e do respectivo mercado..
De referir que, ao longo dos cinco dias da presidência aberta e inclusiva na província de Cabo Delgado, alguns membros das comunidades dos distritos de Metuge, Montepuez, Ancuabe, Meluco e Macomia, disseram ao Chefe do Estado que, ainda, se confrontavam com sérios problemas de falta de mercado para absorver a produção daquela cultura.
A ausência da menção da Jatropha nos discursos do Chefe do Estado, induziu os jornalistas, que cobriram a visita presidencial, a questionarem se tal omissão não significaria um reconhecimento implícito da falência daquela iniciativa. Em resposta, o Chefe do Estado afirmou que a Jatropha continua a constituir um negócio susceptível de gerar riqueza.
Se não falo da Jatropha nos meus discursos não é porque já não acredito de que produção e consequente comercialização desta cultura pode gerar dinheiro, porque, pelo menos, aqui em Cabo delgado existem avanços na industrialização da Jaropha – explicou Guebuza.
Fazendo um balanço daquilo que foi a sua visita à província de Cabo delgado, o Chefe de Estado disse ter registado avanços nas áreas de desenvolvimento económico, que se traduzem na construção de infra-estruturas sociais, como hospitais, escolas, fontes de água, embora tenha reconhecido a persistência de determinados retrocessos no processo de expansão de alguns serviços, nomeadamente electricidade e estradas, por causa das limitações financeiras.
WAMPHULA FAX – 24.04.2013