SR. DIRECTOR!
Antecipadamente agradeço a publicação desta carta no espaço reservado aos leitores no jornal dirigido por V.Excia, cujo assunto prende-se com a exigência da Renamo de paridade na Comissão Nacional de Eleições (CNE).Na verdade, esta exigência é descabida e a Renamo não quer esclarecer aos cidadãos moçambicanos que não tem capacidade de se fazer representar em todas as mesas de votação com recursos humanos competentes à altura de acompanharem com isenção todos os processos de apuramento dos resultados eleitorais.
A CNE é um órgão de supervisão dos processos eleitorais a nível nacional e não é executivo. Com paridade ou não, a Renamo não teria nenhum ganho porque os resultados eleitorais são apurados na base, isto é, nas mesas de votação onde este partido devia destacar pessoas competentes para fiscalizar. Os fiscais da Renamo que nestes processos têm sido colocados nas mesas de votação, nada entendem do que está ocorrer nas mesmas e muito menos saber o que é que estão ali a fazer. Este é que é o problema de fundo e não a paridade como quer fazer entender aos moçambicanos como motivo da sua não participação nas eleições.
Consubstancia esta posição, por exemplo, o facto de a CNE ter homologado os resultados eleitorais que penalizaram a Frelimo nas eleições intercalares de Quelimane. Não foi a CNE que produziu aqueles resultados, daí não ser substancial a paridade ou não neste órgão.
A Renamo deve compreender que perde as eleições por voto popular e não pelos órgãos que estão a frente dos processos eleitorais.
Para este partido político nem a sociedade civil é credível, então quem deve dirigir os pleitos eleitorais moçambicanos? Devem ser estrangeiros recrutados pela Renamo? A Renamo está a fazer um esforço sem precedentes para devolver Moçambique nas mãos dos seus patrões estrangeiros, mas esta tentativa não surtirá nenhum resultado porque o povo moçambicano está atento e sempre infringirá golpes fatais ao retrocesso.
Tenho dito e muito obrigado.
- Mateus Buluveze