- Populares questionam se o governador de Sofala não estará a transmitir sinal de ambiente de insegurança no país. E exigem resposta do governador como poderão deslocar-se a Chibabava os cidadãos que não tem acesso a “batalhão” de polícias. Chibabava é terra natal do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, onde decorreram os recentes ataques armados
O governador de Sofala, Félix Paulo, deslocou-se esta quarta-feira ao distrito de Chibabava, acompanhado de “batalhão” de agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR).
É uma escolta policial fora de comum que acompanha Félix Paulo na sua governação aberta e inclusiva no distrito de Chibabava, terra natal do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, on de decorreram os r ecentes ataques arnados.
Normalmente o governador quando se desloca aos distritos é acompanhado por cerca de meia dúzia de agentes da polícia, os quais são transportados em uma única viatura, geralmente da marca Land-Cruser, que fica a frente da coluna para sinalizar a escolta.
Mas desta vez Félix Paulo necessitou reforçar o contigente policial, le- onvando consigo mais um camião blindado que transporta quase um batalhão de agentes policiais.
Os acontecimentos recentes de Muxúnguè podem estar na origem deste cenário. Muxúnguè é um posto administrativo do distrito de Chibabava, sul da província de Sofala. Alguns cidadãos que participaram da cerimónia de recepção do governador Félix Paulo em Chibabava manifestaram a sua indignação ao ver um “batalhão” de agentes policiais acompanhando o governador da província.
Um docente em Chibabava comentou ao nosso jornal que “o país hoje já não é o mesmo de ontem”.
O facto de o governador de Sofala ter precisado levar um “batalhão” de policias na sua deslocação a Chibabava não caiu bem no seio dos habitantes locais, os quais criticam afirmando que “isso promove ambiente de insegurança no país”.
Um funcionário público em Chibabava disse que “isso denuncia claramente que os dirigentes do governo estão conscientes de que o ambiente não é bom”.
Considerando que a vida em geral envolve muitos actores, o mesmo funcionário questiona como poderão deslocar-se a Chibabava os outros actores importantes que não tem acesso a “batalhão” de polícia, mencionando especificamente os investidores.
Caso situações do género continuem, segundo populares em Chibabava, estar-se-á a promover o isolamento do distrito.
“Os dirigentes do governo deviam ser os primeiros a mostrar que não há guerra em Moçambique, que os cidadãos podem circular livre e a vontade no país”.
“Se o próprio governador da província tem medo de circular no seu território, imagina-se então o sinal que está a lançar para os demais”.
“O governo tem insistido que há bom ambiente no país, incentivando as pessoas a prosseguirem a vida normal.
Entretanto, o governador Félix Paulo ao levar “batalhão” de policias a Chibabava está a dar um exemplo paradoxo”.
A presente deslocação do governador inclui outros distritos da província, nomeadamente Chemba e Nhamatanda.
O AUTARCA – 05.04.2013