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Presidente Armando Guebuza disse haver, em Moçambique, alguns sectores
apologistas de convulsões sociais e que não se preocupam com o que ‘pegam’ para
alcançarem os seus objectivos.
Falando hoje a jornalistas na vila sede do distrito de Macomia, província
nortenha de Cabo Delgado, Guebuza disse que tal situação dá impressão de que o
que está a acontecer, por exemplo, em Muxungue, “é muito mais do que aquilo que
é”.
“Está se a dar uma dimensão muito maior por conveniência de certas
sensibilidades que não querem ver nem ouvir falar de estabilidade em
Moçambique”, afirmou Guebuza, em conferência de imprensa que marcou formalmente
o fim da sua presidência aberta e inclusiva a Cabo Delgado. Contudo, Guebuza
continuará a trabalhar nesta província até a próxima Quinta-feira.
Sem especificar os sectores que assim se comportam, Guebuza indicou que tais sensibilidades “querem desencorajar investimentos, mas, porque o povo inspira confiança, os investidores nacionais e estrangeiros continuam a vir e a trabalhar ”.
O estadista moçambicano criticou, por outro lado, o posicionamento da imprensa em torno deste caso, afirmando que quando o governo desmascara tais atitudes “alguma imprensa não publica, minimiza”.
“Mas quando é um discurso ‘espectacular’ do lado da Renamo, tudo vem nas parangonas”, afirmou Guebuza, acrescentando que “são as conveniências de publicar ou não publicar”.
O Presidente disse ainda que o Governo não está a dar espaço nenhum a Renamo para impor o que é contrário a um Estado de Direito.
“Nós não estamos a favor de pessoas que se esforçam em manter espécie de dois estados num mesmo país. Eu não sou a favor disso, por respeitar a constituição. Razão pela qual não vou forçar nenhum terceiro mandato”, indicou Guebuza, que trabalha em Cabo Delgado desde a passada Quinta-feira.
Apesar dos recentes acontecimentos, o Presidente disse ter certeza de que não haverá retorno a guerra em Moçambique, acreditando, porém, que a Renamo continuará a usar a mesma mentalidade belicista nas suas atitudes.
Segundo Guebuza, o “veneno” do maior partido da oposição vai reduzir porque o povo, por seu lado, está repudiante.
Durante os cinco dias de presidência aberta e inclusiva a Cabo Delgado, Guebuza escalou algumas localidades e postos administrativos dos distritos de Metuge, Montepuez, Ancuabe, Meluco e Macomia, onde orientou cinco comícios populares, durante os quais as populações manifestaram o seu veemente repúdio a guerra.
Terça-feira, Guebuza vai a Muidumbe orientar as cerimónias de comemoração dos 40 anos da morte do herói nacional Romão Fernandes Farinha, para Quarta-feira deslocar-se a Nangade, Chiúre e Pemba, onde vai inaugurar e visitar as instalações da fabrica de processamento da castanha de caju, inaugurar o hospital rural de Chiúre, e visitar infra-estruturas ferro-portuárias em Pemba.
Sexta-feira, Guebuza inicia a presidência aberta e inclusiva a província nortenha de Nampula.
mz/dt
AIM – 22.04.2013