Assaltos na via pública, violações sexuais de mulheres e assaltos a residências e estabelecimentos comerciais são alguns dos crimes violentos mais frequentes no bairro.
A nossa Reportagem, que esteve recentemente no bairro da Polana-Caniço B, soube que as acções criminais são protagonizadas por indivíduos desconhecidos e com recurso a instrumentos contundentes, como facas, chaves de fenda, catanas e garrafas partidas, com os quais ameaçam as suas vítimas, despojando-as dos seus bens.
Cidadãos entrevistados pela nossa Reportagem foram unânimes em afirmar que à calada da noite quase que todas as ruas são intransitáveis, sobretudo a zona do campo de golfe. Segundo os moradores, os meliantes escondem-se em pequenos arbustos e em obras semi-acabadas existentes na zona e “caçam” as suas vítimas no regresso do trabalho ou da escola. António Augusto, morador da Polana-Caniço B, disse que a acção dos criminosos está a aterrorizar os residentes, que pedem a intervenção imediata da Polícia com vista a se pôr fim à situação.
“As suas principais vítimas são pessoas que voltam dos locais de trabalho ou alunos do curso nocturno. Estamos a passar por maus momentos aqui no bairro e pedimos socorro a quem de direito”, afirmou, acrescentado que é normal encontrar pessoas mortas e arrastadas para pequenos arbustos abundantes na área.
Adriano Chirindza, também morador na Polana-Caniço B, disse que é muito perigoso atravessar por aquela área do campo de golfe, uma vez que os malfeitores imperam ali. “Nós estamos a passar mal. O crime está a nos tirar sono. Tem havido assassinatos na zona do campo de golfe”, afirmou Chirindza.
Os residentes alegam que não há agentes de policiamento comunitário e muito menos patrulha da Polícia da República de Moçambique (PRM) no bairro e muitos deles acreditam que esta situação esteja a propiciar o agravamento da onda de criminalidade.

Secretário do bairro minimiza a situação
O SECRETÁRIO do bairro da Polana-Caniço B, Armando Cossa, reconhece a ocorrência de casos criminais, mas minimiza o problema que está a apoquentar os residentes.
Em contacto com a Reportagem do “Notícias”, Armando Cossa afirmou que no seu bairro há criminalidade como em qualquer outro e nada de alarmante que possa manchar a imagem daquela área residencial.
Entretanto, Cossa reconheceu que há dias, no quarteirão 32, uma cidadã contraiu ferimentos graves após golpes à catana desferidos por indivíduos desconhecidos quando regressava à casa no fim de mais uma jornada laboral. Segundo Cossa, este episódio tratou-se de um “encomenda” por algum motivo.
“Aqui no bairro da Polana-Caniço B há criminalidade mas não como descrevem por aí. Há casos de crime que têm ocorrido ocasionalmente”, disse Cossa.

(C. Bernardo)
Polícia não está de braços cruzados
O PORTA-VOZ da Polícia da República de Moçambique (PRM) na cidade de Maputo, Orlando Mudumane, disse que há um trabalho em curso para fazer face à situação que preocupa os moradores na zona do campo de golfe, mas chama à atenção aos moradores para terem cuidado naquela área, mesmo de dia.
Como disse Mudumane, é perigoso atravessar o campo do golfe, pois é uma zona desabitada. “E verdade que há criminosos em todas as zonas, mas os cidadãos devem ver por onde é que devem passar”, disse Mudumane.
O nosso interlocutor disse que a Polícia está a desencadear um trabalho de modo a estancar a onda de criminalidade que preocupa os moradores do bairro da Polana-Caniço B e não só. “Neste momento estamos a fazer o patrulhamento de todas as ruas como forma de neutralizar os autores de casos criminais que se registam naquela zona residencial”, referiu.
Mudumane confirmou que na zona em causa até se registam casos de assalto com recuso a armas de fogo.
- Walter Mbenhane