Em Nampula, particularmente na capital provincial, a aderência à greve por parte dos médicos, enfermeiros e outro pessoal de saúde continua notória, sobretudo nas principais unidades sanitárias existentes nesta urbe, nomeadamente Hospital Central, Geral de Marrere e centros de saúde 25 de Setembro e Primeiro de Maio, onde a garantia de serviços mínimos de saúde é feita maioritariamente pelos estudantes da Universidade Lúrio, Instituto de Ciências de Saúde, bem como médicos e enfermeiros do Hospital Militar local.
O director do Hospital Geral de Marrere, Daniel Chilaúle, disse-nos que para o caso especifico daquele estabelecimento hospitalar, a ausência de maior número de médicos e enfermeiros, a garantia dos serviços mínimos de funcionamento está a ser colmatada pelas irmãs- enfermeiras da igreja católica, no âmbito da respectiva gestão conjunta entre o governo e a referida igreja.
Chilaúle acrescentou que tem sido através da devotada acção dessas irmãs que as enfermarias, as maternidade e os bancos de socorros têm estado a funcionar, embora a meio gás, situação que não deixa de inspirar certo alívio aos doentes.
A exemplo do que acontece no Hospital Geral de Marrére, também alguns dos sectores consideradoschaves noHospital Central de Nampula, nomeadamente o banco de socorros, os serviços mínimos de assistência, sanitária continuarem a ser assegurados por estudantes da Unilúrio e do Instituto de Ciências de Saúde, para além de médicos e enfermeiros afectos aoHospital Militar.
No Centro de Saúde Primeiro de Maio, um dos mais preferidos na cidade de Nampula, a nossa Reportagem constatou, igualmente, a ausência notória de pessoal de saúde, facto que faz com que alguns doentes decidam abandonar o local antes de serem atendidos.
Rui Mateus, enfermeiro-chefe daquele centro, confirmou-nos que o funcionamento da sua instituição está a ser garantido por estudantes e técnicos de laboratório e farmácia da Unilúrio, bem como médicos do Hospital Militar.
Segundo Mateus, têm estado em funcionamento, embora a meio gás, o banco de socorros, a triagem de adultos e a farmácia, à excepção dos restantes que se encontram encerrados por falta de pessoal que aderiu à greve.
No Centro de Saúde 25 de Setembro, até à altura em que a nossa Reportagem esteve lá, todos os serviços encontravam-se paralisados e, em consequência, muitos doentes sem atendimento.
Apenas um técnico de saúde se encontrava presente, tendo, no entanto, recusado a falar sobre a situação. Em todas as unidades sanitárias, os cidadãos consideram deficitário o atendimento que lhes está a ser prestado.
WAMPHULA FAX – 23.05.2013