Embora defenda que a situação está controlada, o Ministério da Saúde está a enviar cartas aos parceiros de cooperação deste sector a solicitar médicos e outros profissionais da área para minimizar o impacto da greve.
A polícia impediu, ontem, os profissionais de saúde de se reunir pacificamente, no antigo Jardim Dona Berta (actual Jardim Nangade), sem qualquer justificação para o efeito. Eram várias viaturas e dezenas de homens da Polícia da República de Moçambique (PRM) fortemente armados de um lado, médicos e outros profissionais de saúde do outro. Iniciava assim o braço-de-ferro no referido jardim público, no centro da Cidade de Maputo.
Os agentes foram incumbidos de impedir um encontro pacífico dos profissionais de saúde, que desde segunda-feira estão em greve. Os mesmos tinham acordado realizar um “Café da Manhã” naquele local, para avaliar a sua luta por melhores condições salariais, e não só, nas instituições ou sectores em que estão afectos. Entretanto, muito antes das 08h00 da manhã de ontem, hora prevista para o encontro, a força policial já se encontrava no local, e sem qualquer justificação encerrou as portas do jardim, vedou o passeio, impedindo assim a circulação de peões naquela zona.
Devido à situação, várias figuras, casos do presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, Custódio Duma, e do presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, deslocaram-se ao local, para se solidarizarem com os profissionais que viram o seu direito violado. “Nós estamos aqui calmos, tranquilos, não estamos a manifestar, nem a fazer barulho. Queríamos sentar num local público para tomar o que chamamos ‘café da manhã’ e mais nada. Porém, injustificadamente, o Governo mandou estes homens para nos impedir de entrar ali, o que é extremamente ridículo”, afirmou Paulo Samu Gudo, médico e vice-presidente da Associação Médica de Moçambique.
O PAÍS – 23.05.2013