Falando num debate sobre “Pan-Africanismo e Renascimento Africano”, inserido nas celebrações da passagem de 50 anos da criação da Organização da Unidade Africana (OUA) – hoje União Africana (UA), Guebuza falou do papel desempenhado por Moçambique numa altura em que o pais também lutava pela sua libertação do jugo colonial português.
“Retribuindo a solidariedade que recebemos, acolhemos nas zonas libertadas em Moçambique – quando também ainda lutávamos pela independência – movimentos de libertação que connosco vinham aprimorar os fundamentos da guerra de guerrilha”, disse o estadista moçambicano.
Depois da independência nacional, Moçambique continuou a prestar solidariedade aos povos irmãos, acolhendo cidadãos perseguidos por se oporem aos regimes ditatoriais que vigoravam nos seus respectivos países.
“Hoje, o nosso espírito solidário com outros povos constitui um dos cânones centrais da nossa política externa e a nossa auto-estima é o fermento para a paz, unidade e cultura de trabalho”, disse Guebuza, sublinhando que com estes valores “acreditamos que a nossa mãe África vai vencer. Por isso, a luta continua”.
Guebuza foi um dos vários intervenientes neste debate, que teve um painel constituído pelo Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Donald Kaberuka, o antigo Primeiro-Ministro da Jamaica, P.J. Patterson, a académica e escritora nigeriana Amina Mama e a secretária-geral da União da Juventude Pan-Africana, Tendai Wenyika.
As apresentações destes foram seguidos de debates pelos diversos Chefes de Estado e de Governo da UA – que só foram limitados pelo reduzido tempo – mas mesmo assim, os lideres do continente reiteram o seu posicionamento sobre os passos necessários para o desenvolvimento de África.
As intervenções defenderam a necessidade de se acelerar a integração de África, a promoção do comércio intercontinental, desenvolvimento de infra-estruturas, geração de empregos bem como a apropriação do continente na tomada de decisões.
Contudo, para a maioria desses desafios, os lideres africanos reconhecem a necessidade de investimentos.
Refira-se que igualmente que a União Africana pretende tornar estas celebrações do seu jubileu do 50/o aniversário para reflectir sobre os últimos cinquenta anos de esforços em direcção a unidade africana com a intenção de definir o pan-africanismo para as futuras gerações.
Igualmente, o evento também serve como uma plataforma para lançar as bases de discussão do plano estratégico da UA para os próximos 50 anos, ou seja até 2063.
O estadista moçambicano deverá ainda discursar no evento, na sua qualidade de Presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Depois destas celebrações dos 50 anos da OUA/UA, Guebuza deverá participar na 21/a cimeira da organização a ter lugar no Domingo e Segunda-feira.
MM-FF
AIM – 25.05.2013