No Malawi está instalada mais polémica desta feita em torno do envio de centenas senão mesmo de milhares de jovens para trabalhar na Coreia do Sul. Para já não há nenhum consenso entre o governo e o parlamento em torno deste assunto e cada vez mais, as partes distanciam-se nas suas posições, com os parlamentares a tentar ganhar um maior protagonismo. O governo malawiano recusa alegações dos partidos da oposição com assento parlamentar, segundo as quais a exportação da mão-de-obra para a Coreia do Sul constitui uma das formas de tráfico de seres humanos.
A alegação foi rejeitada pela ministra do Trabalho, Eunice Makangala, num debate parlamentar, onde o executivo foi acusado de estar a minar o progresso do Malawi ao assinar um controverso acordo laboral com a Coreia do Sul. Ao abrigo do acordo, o Malawi poderá enviar pelo menos cem mil jovens para trabalhar na Coreia do Sul, um dos países acusados pela Aministia Internacional como um dos campeões na violação dos direitos humanos. Outros parlamentares alegam que o envio de jovens para trabalhar no estrangeiro constitui uma fuga de cérebros numa altura em que o Malawi se queixa da falta de capital humano. Como se não bastasse, os parlamentares argumentam ainda que o acordo laboral com os sul-coreanos não vai trazer nada em termos de remessas para o país.
No entanto, a ministra do Trabalho, Eunice Makangala, reitera que a exportaçãoo de mão-de-obra terá um grande impacto para o país, em particular na redução da taxa de desemprego, mas os parlamentares não se conformam acusando o governo de estar a ignorar os riscos potenciais deste negócio. Makangala disse que o governo seguiu todos os procedimentos para a exportacao da mão-de-obra para a Coreia do Sul. O Malawi produz anualmente trezentos mil desempregados maioritariamente jovens que na falta de ocupação acabam-se refugiando na delinquência. Polémica a parte, as autoridades malawianas revelaram que foram aprovados no último ano trinta e nove projectos de investimento directo nacional e estrangeiro avaliados em quinhentos e trinta milhões de doláres.
De acordo com o centro de promoção de investimentos, os projectos poderão contribuir na criação de cinquenta e oito mil postos de emprego e na melhoria do ambiente de negócios. Maior parte dos investidores manifestaram interesse pelas áreas de bebidas, açúcar e produção de cigarros, bem como pelos sectores do turismo, agro-processamento e infra-estruturas. Trata-se de áreas que fazem parte da estratégia de crescimento e desenvolvimento do Malawi. Com Faustino Igreja, em Blantyre
RM – 30.05.2013