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Por: Noé Nhantumbo
Camiões nacionais e estrangeiros de combustível são assaltos todos os dias na Munhava
A justificação muitas vezes apresentada de que o comércio informal tem de ser permitido como forma de diminuir o número de desempregados tem sentido se essa actividade informal não significar a prática do que se configura crime.
O comércio internacional, neste caso regional, em que camiões chegam e partem da Beira com mercadorias preciosas está sendo afectado por uma prática que não justifica de modo algum.
Jovens que se juntam na praça da Munhava, André Matsangaissa, organizam-se e com o uso de sacos de plástico roubam combustível de camiões que se dirigem ou saem do porto da Beira.
A esquadra da PRM fica a menos de 200 metros de onde tudo isto ocorre.
Qual é o problema para que as autoridades não actuem e travem esta actividade que mina a segurança de uma actividade muito importante para a economia nacional? Que é a utilização do porto da Beira.
Porque as autoridades policiais fazem vista grossa sobre algo que todos conhecem?
É perigoso alimentar esta forma de ganhar a vida pois os jovens que estão envolvidos nesta actividade enquanto tiverem lucros jamais quererão fazer outra coisa para sobreviver.
Apela-se ao Comandante Provincial da PRM para que coloque fim a este roubo descarado de bens de empresas nacionais e internacionais.
Atrair investimento estrangeiro significa e requer oferecer segurança nas operações que os diferentes agentes intervenientes realizam entre nós.
Não se pode justificar esta actividade aparentemente organizada de roubo de combustível com a habitual falta de efectivo para fiscalizar ou efectuar rondas policiais.
Já é demais o que acontece entre aquela praça e a entrada do porto.
Todo o aparato de segurança montado e custeado por recursos estatais e de empresas privadas fica comprometido logo que os camiões tanques queiram entrar ou sair do Porto da Beira.
Não há segurança. Vidas humanas correm risco de atropelamento com os jovens agarrados as torneiras dos tanques de diesel ou gasolina. Criou-se um ambiente de selva em plena cidade com o agravante de que a PRM não pode estar desconhecendo o que acontece todos os dias naquele local.
A PRM tem obrigações inalienáveis e uma delas é garantir a segurança de pessoas e bens.
Não se pode continuar a permitir que ocorra um ataque grave contra a segurança do comércio regional sob pena de vermos os operadores internacionais abandonando o porto da Beira alegando falta de segurança.
Se for caso de escassez de meios humanos então que se organizem meios para preencher as lacunas existentes.
Quando se vê a Alfândega bem equipada e atacando focos de contrabando não se pode acreditar que não se possa equipar a PRM com capacidade de agir contra os salte adores de combustível na Munhava.
A vida custa a todos e os jovens que se dedicam ao assalto de bens alheios, conhecidos que são nos bairros onde vivem, devem ser identificados e punidos exemplarmente.
A PRM não pode eximir-se de suas obrigações e responsabilidades.
É tempo de vermos as autoridades provinciais, municipais, portuárias, de segurança agindo no sentido de estancar um mal de consequências muito graves para a economia nacional.
O AUTARCA – 28.05.2013