Dados obtidos ontem pelo nosso Jornal, na Beira, junto de alguns actores afins indicam que o problema, que é descrito como grave, culminou já com o encerramento unilateral de maior parte dos serviços aduaneiros no Porto da Beira, atirando assim milhares de trabalhadores ao desemprego.
Além disso, aquele recinto ferro-portuário atingiu um congestionamento recorde do espaço físico reservado para importações com aproximadamente oito mil contentores contra 1500 que então se verificavam.
Por conseguinte, os países destinatários das referidas mercadorias começam a ressentir-se da imensa rotura no abastecimento dos respectivos mercados e até Março passado o volume da carga contentorizada manuseada no Porto da Beira estava abaixo de dez por cento da produção alcançada no ano passado que foi de 170 mil contentores.
Depois de longos últimos anos de investimentos, a Coornelder de Moçambique, entidade gestora do Porto da Beira, esperava que a partir deste ano atingisse 200 mil contentores, mas com este abandono dos operadores tudo indica um agravamento de regressão e nem a proeza do ano passado de 170 mil contentores poderá desta vez repetir-se.
Na versão do chefe do Departamento de Marketing e Vendas na Coornelder de Moçambique, Félix Machado, tal ambiente concorre igualmente para um aparente desaparecimento do Corredor de Desenvolvimento da Beira, “porque o Porto da Beira não é elástico sendo que na área de importação não tem mais espaço".
- Horácio João