As duas partes deram conta ontem da abertura para o diálogo, faltando apenas a marcação da data e hora para a realização do encontro.
Na passada sexta-feira, após a declaração feita pela Associação Médica de Moçambique e pela Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (CPSU) dando conta que a greve continuava, o Ministério da Saúde enviou um ofício solicitando um encontro para sábado, que não se realizou por “falta de condições para o efeito”.
Fracelina Romão, porta-voz do MISAU, disse em contacto com a nossa Reportagem que aquela entidade espera que haja boa vontade da parte da AMM no sentido de que as partes venham a sentar-se à mesa entre hoje e amanhã.
Para o efeito, o MISAU espera enviar ainda hoje uma resposta para a associação dos médicos marcando uma outra data e hora para o diálogo entre as duas partes. Questionada se a exigência do Governo de que só iria dialogar com a Associação Médica e não em simultâneo com os Profissionais de Saúde Unidos não iria conduzir a um novo impasse, Francelina Romão disse que o Governo pretende dar seguimento à discussão com base no memorando assinado com os médicos até que o “dossier” seja dado por encerrado.
“A equipa do Governo já tem orientações sobre como conduzir o diálogo, tendo em conta o memorando assinado com a Associação Médica de Moçambique. Uma vez encerrado o processo vamos abrir novo capítulo de relacionamento”, disse a nossa fonte.
Por seu turno, Jorge Arroz, Presidente da AMM, deu conta que a solicitação do Governo para o encontro de sábado deu entrada tarde (por volta das 18.00 horas) e não houve condições para que o encontro tivesse lugar.
Insistiu que na resposta dada ao MISAU no sábado a Associação Médica de Moçambique dá conta que só irá ao diálogo com os Profissionais de Saúde Unidos, com quem apresentou o caderno reivindicativo.
“O pré-aviso foi conjunto e as preocupações são as mesmas. Aguardamos pela resposta do Governo à nossa carta”, disse Arroz.
Na carta enviada à Associação Médica na sexta-feira o MISAU argumenta que “é uma questão de racionalidade que o diálogo envolva entidades legalmente representativas dos interesses em conciliação, designadamente o Estado, como empregador responsável pela prestação de serviços de assistência médica aos cidadãos, e a AMM, cuja representatividade legal em relação aos interesses dos médicos foi-lhe reconhecida nos termos da Lei das Associações e cujos estatutos estão publicados…”. Mais adiante o MISAU reitera a ilegitimidade da CPSU de participar no processo.
Entretanto, de Sofala chegam informações dando conta que os 14 médicos que observam a greve continuavam até ontem nas suas casas. Mesmo assim os serviços de atendimento ao público estão a funcionar sem sobressaltos.
O médico-chefe provincial, Francisco Guilingue, disse que da ronda que efectuou por alguns centros de Saúde a nível da cidade da Beira verificou que estão a funcionar, incluindo as maternidades, o que anima as autoridades.