A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), o principal partido da oposição do país, disse hoje que vai reagir à força a tentativas de desarmar os seus guerrilheiros pela polícia moçambicana, mas aceitará a desmobilização por via negocial.
A oposição da Renamo a um desarmamento compulsivo do seu contingente residual foi reiterada pelo partido, numa conferência de imprensa sobre um incidente no último fim de semana em que, segundo as autoridades, nove membros da Força de Intervenção Rápida (FIR), a polícia antimotim, ficaram feridos num tiroteio com guerrilheiros da Renamo, no centro de Moçambique.
Mas o principal partido da oposição diz que feriu 17 agentes da FIR, alguns dos quais terão morrido em consequência dos ferimentos.
O porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, acusou o Governo pela ocorrência, por manter a FIR nas imediações da antiga base central do partido, na Serra da Gorongosa, onde se reinstalou o presidente do partido, Afonso Dhlakama, em novembro do ano passado, em protesto contra a alegada governação antidemocrática da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
Afonso Dhlakama é guarnecido por guerrilheiros da antiga rebelião da Renamo, que não foram desarmados, no âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP) de 1992, para garantir a segurança dos dirigentes do principal partido da oposição.
"Quando exigimos que a polícia fosse retirada da Serra da Gorongosa era para desanuviar a tensão na zona e impedir uma hecatombe, que podia resultar de um confronto entre os nossos homens e a polícia", afirmou Fernando Mazanga.
O porta-voz da Renamo afirmou que a desmilitarização da Serra da Gorongosa era uma das exigências prévias às negociações que está a manter com o Governo, para a resolução da crise política no país.
Face à recusa do executivo, enfatizou Fernando Mazanga, os guerrilheiros da Renamo vão resistir a tentativas de desarmamento pela polícia.
"A nossa resistência é política, mas em último recurso usaremos a força, caso a tentativa de desarmamento seja feita à força, fora de um quadro negociado", disse o porta-voz do principal partido da oposição.
PMA // MLL
Lusa – 28.05.2013